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De rejeitado à exaltado pelo júri: a saga do 2º GP da AKQA

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Cannes

De rejeitado à exaltado pelo júri: a saga do 2º GP da AKQA

Trabalho que misturou grafite, e-commerce e interatividade conseguiu o troféu máximo da categoria Media


19 de junho de 2019 - 15h25

Intervenção da agência contou com trabalho de coletivos de rua para pintar os novos modelos de tênis da Nike em grafites da cidade de São Paulo (Crédito: Divulgação)

O trabalho “Air Max Grafitti Stories”, criado pela agência AKQA para celebrar o aniversário do modelo de tênis Air Max, da Nike, começou o Festival bem distante do cobiçado Grand Prix, que acabou recebendo nesta quarta-feira, 19. O projeto, que contou com apoio do coletivo de arte de rua Instagrafite – e ilustrou muros da cidade de São Paulo, em fevereiro, com desenhos da nova linha da Nike – chegou praticamente à etapa final do júri com um Leão de Prata.

Houve um elemento responsável por ajudar a alçar a peça ao patamar máximo da categoria: a persuasão do jurado brasileiro Paulo Ilha, vice-presidente de mídia da DPZ&T, que participou do grupo. “Quando o trabalho recebeu a Prata, os jurados estavam convencidos de que a peça já havia alcançado seu reconhecimento. Mas fiz questão de resgatar o case e listei 12 critério do júri de Media que provavam que aquele trabalho atendia a todos os requisitos que esperávamos na categoria”, conta Ilha.

O processo, no entanto, não foi fácil. O que pesava contra a ideia da agência de São Paulo era a escala da ação, comparada com outras peça favoritas que estavam na lista do júri, como “Whopper Detour”, do Burger King (vencedor do GP de Direct) e “Fortnite Fresh”, da Wendy’’ (ganhadora do GP de Social & Influencer). “Esses trabalhos são bem mais conhecidos e ficaram mais populares nos Estados Unidos e em outros mercados. Os jurados, portanto, achavam que era mais correto premiar, em Media, algo que tivesse maior escala”, explicou o jurado.

O trabalho da AKQA para a Nike aproveitou a polêmica dos grafites, que por um tempo foram proibidos na cidade. Agência e marca convidaram artistas para pintar os modelos novos dos tênis Air Max nos muros da cidade. No local, no entanto, havia uma interatividade. Por meio de uma ferramenta de geolocalização, que estivesse na frente de cada um desses painéis conseguia receber um link que permitia a compra imediata (via internet) daquela nova linha, que ainda não havia chegado às lojas.

A combinação de uso do espaço urbano, com tecnologia de dados e acesso móvel deu mais força aos argumentos do jurado brasileiro, que confessa ter apelado para a questão sentimental na hora da decisão final. “Perguntei aos membros do júri se, quando eles voltarem para suas agências, eles terão mais orgulho de contar que premiaram um trabalho completo do ponto de vista de mídia ou algo que apenas tivesse escala”.

A mensagem surtiu efeito e o júri decidiu que a peça, então, seria a vencedora do Grand Prix. É o segundo GP que a AKQA São Paulo recebe em sua história – e nesta edição do Cannes Lions. Na terça-feira, o trabalho da agência feito no clipe de Baco Exu do Blues conquistou o júri de Entertainment Lion for Music e também conquistou GP.

Outros Leões de Media
Na mesma categoria, o País conquistou outros 8 Leões. Com o mesmo case, a AKQA também levou uma Prata. A Grey conquistou uma Prata (por “Competitor’s Sale”, para a Volvo) e um Bronze (para “Detector de Corrupção”, para Reclame Aqui, peça vencedora do GP de Mobile em 2018).

A Tech and Soul também conquistou dois Leões – um de Prata e um de Bronze – para a ação “Goleiro Distraído”, criada para a Uber. A Africa levou uma Prata pelo trabalho “Pay Per Beer”, para a Ambev. Receberam 1 Leão de Bronze cada a David (pelo case “Queime esse Anúncio”) e a J. Walter Thompson (por “Rescue Dogz”, para a GUD).

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