O momento de reinventar a criatividade com a IA

17 de junho de 2025 - 14h09

Já é lugar comum dizer que a inteligência artificial está mudando o mundo. Mas o que foi dito neste painel no Festival de Cannes 2025 vai além: a IA não está apenas alterando processos — ela está nos forçando a redefinir o que significa criar.

Entre dados, poesia e provocações técnicas, ouvimos sobre um futuro onde a IA deixará de ser ferramenta para se tornar colaboradora. Onde as ideias não surgem de bancos de dados relacionais, mas de colisões improváveis — como as que nascem do caos criativo que só o humano conhece.

“Como introduzimos gentileza e fricção nesses sistemas?”

Foi uma das perguntas mais fortes do painel. Porque é nesse desconforto — no que não está perfeitamente modelado — que muitas vezes mora a faísca da verdadeira inovação.

E mais: se antes a tecnologia exigia fluência em código, agora é a linguagem natural que lidera. Isso abre espaço para uma nova geração de criadores, mais diversos, intuitivos e ousados. A criatividade deixa de ser privilégio técnico para se tornar uma possibilidade universal.

A fala também alertou: o custo de criar caiu exponencialmente. Mas isso não é desculpa para produzir sem critério. Num mundo onde tudo pode ser feito, o que realmente importa é o que merece ser feito. A estética ainda importa. O cuidado ainda importa. A intenção ainda importa.

Caminhamos para uma nova fase, em que os modelos não apenas geram ideias — eles executam, planejam e interagem, construindo sistemas completos. A IA se torna parceira do processo, mas cabe a nós — humanos — dar direção, propósito e alma a tudo isso.

Termino com a provocação deixada no palco:

Esse não é o fim de ninguém precisar ter ideias. É só o começo.