Tem que homenagear mesmo

18 de junho de 2025 - 17h43

Foram 3 dias de Festival. E a cada cerimonia de premiação fica mais mereciso o Brasil ter sido escolhido como o primeiro país a ser homenageado pelo Cannes Lions.

Indo atrás das ideias mais premiadas, a gente vê muita agênca brasileira assinando ou encontra o já famoso “tem brasileiro na ficha”. É muito talento espalhado pelo planeta todo e não temos como fugir da comparação com o futebol.

Se já não somos uma superpotência nos gramados faz tempo, oscilando entre coadjuvantes e participações vergonhosas nas últimas competições relevantes, vale nos perguntarmos: quando deixamos de brilhar em Cannes?

Nunca.

Desde que o nosso Pelé (lindamente homenageado com um bloco de Carnaval descendo a croissete) começou a emplacar um leão atrás do outro que seguimos entregando.

Filme? WO mostrou como fazer de forma poderosa, simples e gastando pouco.

Print? Foram décadas sendo referência, ganhando GP e construindo a reputação de país com excelência em direção de arte.

Digital? Agência digital do ano em 2005, no início da conversa.

Ideias desformatadas? Bom, seguimos nos adaptando e impactando o mundo com todo tipo de solução para as marcas. No Brasil e ao redor do mundo. Lembra? “Tem brasileiro na ficha.”

Facilidade para improvisar, capacidade de se adaptar e necessidade de usar a criatividade para sobreviver. Isso pode explicar os talentos na publicidade e no futebol brasileiros.

Mas aqui, justamente jogando fora das quatro linhas, seguimos mantendo o nível alto. Seguimos mostrando uma paixão e uma vontade diferente. Mostrando que publicidade, para nós, não é só mais uma profissão.

E, por isso, WO é tratado como celebridade mesmo. Porque foi de fato uma figura que cruzou os limites do nosso mercado.

Além dos banners, vídeos e blocos de carnaval, a grande homenagem ao WO, que nos comprova como potência criativa, foi o desempenho brasileiro aqui em Cannes, mais uma vez.

Não é intangível. É absolutamente palpável e consistente.

Ano após ano o Festival é alimentado pela criatividade brasileira espalhada pelo globo e não dá pra imaginar a propaganda mundial sem a nossa contribuição.

Mas, uma Copa sem nós, infelizmente, já dá para imaginar.