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Voltei de Cannes sem Leão, mas com muito mais

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Cannes Lions

16 a 20 de junho de 2025 | Cannes França
Diário de Cannes

Voltei de Cannes sem Leão, mas com muito mais

Entre troféus e trocas, o que fica de Cannes é a certeza de que a criatividade brasileira pulsa forte


24 de junho de 2025 - 11h41

Minha estreia no festival foi intensa. Entramos na shortlist de Brand Experience & Activation com a Loja de Inconveniência, um dos cases de maior impacto do ano da PROS.

Um projeto que transformou dados urgentes em uma experiência física e incômoda. A expectativa era alta, a ansiedade também. Não levamos o troféu, mas levamos algo talvez ainda mais valioso, a certeza de que a criatividade brasileira está no centro das conversas.

Cannes é sobre encontros

O melhor conteúdo que vi não veio do palco principal, mas de uma conversa poderosa no Sport Beach da Stagwell Group, com Billie Jean King, considerada uma das melhores atletas femininas de todos os tempos e uma voz proeminente no debate sobre igualdade de gênero.

Ela compartilhou os três pilares que guiam sua vida e que, para mim, definem também o espírito de Cannes:

Relacionamentos são tudo
Nunca pare de aprender
Aprenda a continuar aprendendo

Relacionamento, reinvenção, escuta ativa. Três termos fundamentais para quem quer liderar a transformação na indústria, na cultura e na sociedade.

Billie Jean ainda soltou uma frase marcante: “pressão é um privilégio”. Sim, é mesmo. Porque pressão impulsiona e é sinal de relevância, de performance, de que há responsabilidade por trás das oportunidades e um lugar onde suas ações importam.

E o Brasil brilhou.

Ver o Brasil ser homenageado como País Criativo do Ano foi emocionante. Não só pelo título, mas pelo que ele simboliza. No Brasil, criatividade não é tendência, é também resistência, improviso e alma. A gente cria em meio à instabilidade, com menos estrutura, mas com coragem, calor humano e conexão cultural.

A homenagem a Washington Olivetto fechou com chave de ouro. Um tributo a quem construiu parte do nosso imaginário coletivo, e que nos lembra que a criatividade brasileira sempre foi e segue sendo gigante.

Voltar de Cannes com um troféu seria simbólico. Mas voltar de lá com novas conexões, novas ideias e um senso de propósito ainda mais claro é transformador. Criar é mais que entregar, é escutar, provocar, incomodar, cutucar. E Cannes nos lembra disso o tempo todo.

Afinal, criatividade não é roteiro pronto. É presença. É afeto. É Brasil.

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