Minha Idade Não Me Define: movimento amplifica discussão sobre etarismo
Movimento Minha Idade Não me Define foi criado por mãe e filha que buscam empoderar a jornada do envelhecimento junto à sociedade
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Giovana Oréfice
17 de maio de 2023 - 15h35
Do laço materno entre uma jornalista e uma psicanalista, surgiu um movimento que trata do curso natural da vida: o envelhecimento. A fim de combater o etarismo nos mais diversos ambientes, Sylvia Loeb, 78, e Carla Leirner, 60, são as fundadoras e protagonistas do Minha Idade Não Me Define. A consolidação do projeto é fruto de aceleração e da aceitação de uma comunidade que se identificou com o propósito.
A origem foi o perfil do Instagram da psicanalista Sylvia, “Escritora no Divã”. Ela tratava, em linhas gerais, de questões relacionadas à autoestima e envelhecimento. Para dar continuidade ao projeto multiplataforma, Carla uniu-se à mãe no trabalho. Neste meio tempo, participaram do Creators Boost, programa de desenvolvimento de criadores da YouPix, que foca na transformação de conteúdo em negócio. A dupla trata de assuntos como longevidade, educação financeira, autoestima, sexo e transição de carreira.
A fim de gerar monetização, lançaram camisetas com a #minhaidadenaomedefine, com divulgação nas redes sociais, entre elas o LinkedIn. “Coloquei a campanha no LinkedIn e estouramos, um dos posts tem mais de 300 mil visualizações”, relembra Carla. O movimento foi lançado, ainda que não propositalmente, no Dia Internacional da Mulher de 2021. “O nosso feeling, de que a nossa idade não nos define, tomou uma proporção enorme, pois começamos a dar voz para um monte de gente, homens e mulheres que começaram a contar suas histórias e comprar as nossas camisetas”, complementa.
Divulgado como iniciativa criada no ano passado pela Natura, o movimento “Minha Idade Não Me Define” existe como uma comunidade no Instagram desde outubro de 2021. Esta foi a virada de chave para que o então perfil “Escritora no Divã” mudasse, oficialmente, seu usuário para @minhaidedadenaomedefine. Posteriormente, a marca firmou parceria com o movimento para apoiar a causa.
Hoje, a comunidade conta com 136 mil seguidores no Instagram e cerca de 9 mil no LinkedIn, e tem como público-alvo, majoritariamente, mulheres a partir dos 50 anos. A presença multiplataforma, segundo Carla, é uma maneira de amplificar vozes. “Minha mãe psicanalista falava dentro do consultório com uma pessoa, quando ela vai para o Facebook e Instagram, ela ganha voz. […] As redes sociais amplificam a nossa voz, essa é a beleza desse trabalho”, diz a jornalista. Além disso, o movimento está presente também no YouTube com mais de 7 mil inscritos.
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Além de incentivar o aumento da autoestima de mulheres e homens constantemente discriminados por sua idade, o movimento preza também a sensibilização de empresas e marcas para a potência dos chamados “novos velhos”. O processo é parte de um esforço conjunto de quebrar padrões de envelhecimento preestabelecidos pela sociedade e, consequentemente, pelo mercado.
“O envelhecer hoje não é só uma questão de ficar velho, há um impacto nisso”, declara Carla. “O impacto desse processo que vivemos hoje vai se refletir nos planos de saúde, formas de aprendizado, fracionamento, nas questões do trabalho”, complementa. Contudo, a fundadora endossa que a temática não está tendo atenção o suficiente dentro do escopo ESG e diversidade e inclusão de empresas.
Para além da representatividade na comunicação, Carla defende uma integração da inclusão etária em todos os escopos de uma marca, desde seu marketing até o atendimento em lojas físicas, por exemplo. “É preciso ter coerência no discurso”, defende. Ademais, ela convida e incentiva veículos e anunciantes a estabelecerem conversas com o público mais velho. O objetivo é que suas reais necessidades e perspectivas sejam entendidas e, posteriormente, atendidas.
No início de maio, o Minha Idade Não Me Define lançou seu primeiro podcast. A convidada da estreia foi Adri Coelho Silva, TEDx speakers e colunista da Vogue Brasil, destrinchando o tema “Como me tornei influencer aos 50”. O lançamento, ao lado de um portal, faz parte da construção da ambição do movimento de se tornar o maior hub de conteúdo acerca da temática voltada para mulheres maduras. “O Minha Idade Não me define vai virar guarda-chuva para algumas ações”, adianta Carla.
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