Neogama nega venda iminente
Alexandre Gama estaria negociando sua agência com multinacional, tendo intermediação da Estáter
Alexandre Gama estaria negociando sua agência com multinacional, tendo intermediação da Estáter
Alexandre Zaghi Lemos
9 de janeiro de 2012 - 10h08
A transferência do controle acionário da Neogama/BBH não estaria tão próxima como se comenta nos bastidores do mercado publicitário brasileiro. É o que garante seu sócio majoritário e presidente, Alexandre Gama. “Fomos procurados, houve propostas e ouvimos a todos como sempre fazemos. Mas seguimos felizes até o momento em nossa relação e associação com a rede BBH”, disse Gama à reportagem do Meio & Mensagem. Ao negar a venda iminente de sua agência, ele ressalta ainda que tem desmentido especulações desta natureza com frequência, desde o ano passado.
As informações que circulam informalmente no mercado nos últimos meses dão conta de que Gama estaria negociando a transferência do controle acionário da Neogama/BBH para um grupo multinacional, com a intermediação da Estáter, a mesma consultoria de fusões e aquisições que atuou na venda da Talent para o Publicis Groupe. A cobiça sobre a agência de Gama aumentou após os negócios fechados pelo Publicis com a Talent e com a DPZ. Atualmente, há poucas opções de compra no topo do ranking nacional, entre as quais Fischer & Friends, NBS e Artplan. Entre as dez maiores do País há somente duas agências controladas pelo capital nacional, a Neogama/BBH (a maior delas) e a Africa, integrante do Grupo ABC.
Entretanto, uma possível negociação de compra da Neogama é um pouco mais complicada do que o ocorrido com Talent e DPZ, que tinham 100% de seu capital nas mãos de sócios nacionais. Embora tenha Alexandre Gama como sócio majoritário, a Neogama tem cerca de 35% de suas ações com a rede BBH, onde, por sua vez, o Grupo Publicis tem participação minoritária. Desta forma, é natural que a rede inglesa ou a holding francesa tenham prioridade de compra. Por outro lado, o Publicis já foi sócio da Neogama por alguns meses no passado, via Leo Burnett, quando não houve sinergia entre o majoritário Alexandre Gama e o conglomerado dirigido por Maurice Lévy.
A Neogama foi inaugurada em junho de 1999 tendo como sócia minoritária a Leo Burnett, então integrante do grupo Bcom3. No início de 2002, o Publicis Groupe comprou a Bcom3 no mesmo momento em que Gama recuperou os 40% de sua agência que estavam com a Leo Burnett e os repassou para a rede inglesa BBH – onde a Leo também era minoritária (49%). “A participação da Leo Burnett foi muito importante naquele início da Neogama. Entretanto, logo descobri que a associação com um grupo que já tinha uma agência no país não era o caminho, pois eles sempre teriam como primeira opção a entrega de contas para o escritório da rede. A estratégia de negócios não se mostrou eficiente e eu recomprei a parte deles. Foi um momento de tensão, pois justamente naquela época a Publicis estava comprando a Leo Burnett”, comentou Gama em entrevista ao Meio & Mensagem em 2009.
Desde 2006, Gama conta com outros sócios executivos minoritários, ambos atualmente com menos de 10% das ações: os co-presidentes Roberto Mesquita (executivo) e Geraldo Rocha Azevedo (soluções integradas). Com a entrada dos dois novos acionistas, Gama e a BBH repassaram a eles algumas de suas cotas. Hoje a multinacional tem participação de pouco menos de 35% e Gama mantém o controle acionário.
Além do Publicis, outros gigantes multinacionais que estão interessados em novas compras no Brasil são a WPP e a Dentsu. No caso do líder global WPP, o CEO Martin Sorrell não esconde a admiração pela Neogama. Em entrevista ao Meio & Mensagem, em junho do ano passado, Sorrell resolveu cutucar o rival Publicis dizendo que seus principais concorrentes no Brasil são “o Omnicom, que tem a AlmapBBDO, e o Grupo ABC, de Nizan Guanaes e da Africa; e outras agências que são boas competidoras são a Neogama/BBH e a WMcCann”.
*Colaborou Robert Galbraith
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