WPP constrói campus para agrupar empresas no Brasil
Maior conglomerado de agências atuantes no País irá reunir cerca de 6 mil funcionários em um novo conjunto empresarial que está sendo construído na Vila Leopoldina, em São Paulo
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Alexandre Zaghi Lemos
7 de novembro de 2022 - 8h02
O Grupo WPP iniciou a construção de sua nova sede no Brasil, que irá, pela primeira vez, abrigar de forma conjunta os cerca de 6 mil funcionários da holding e suas mais de 20 agências. O WPP Campus de São Paulo ocupará um espaço de 20 mil metros quadrados, na Vila Leopoldina, região que tem atraído nos últimos tempos diversas start-ups e empresas de economia criativa. A previsão inicial é que o conjunto empresarial, construído na modalidade built to suit (sob demanda para o locatário), seja concluído até o início de 2025.
Trata-se do maior agrupamento de empresas do mercado publicitário já feito no País.
O campus de São Paulo será também um dos maiores do WPP no mundo. A holding britânica iniciou a adoção deste modelo centralizado para acomodar as equipes de suas agências em 2015, em Londres, onde atualmente seus três prédios, de tamanhos semelhantes e localizados próximos uns dos outros, têm capacidade para abrigar 10 mil pessoas. Antes, a holding mantinha cerca de 40 endereços em Londres. Desde então, o WPP já inaugurou campus semelhantes em Detroit, nos Estados Unidos; em Milão, na Itália; e em Praga, na República Checa.
Um dos objetivos da adoção do modelo de campus é justamente a redução de custos imobiliários. Um balanço feito pelo WPP em 2019 dava conta de que o conglomerado alugava cerca de 1.600 imóveis em todo o mundo. Entretanto, a holding espera também aumentar a colaboração entre suas empresas e a sinergia entre profissionais especializados em diferentes disciplinas.
Se a questão da ocupação de espaços por suas agências já era um assunto importante e dispendioso para o WPP antes da pandemia, agora tornou-se ainda mais urgente, já que o modelo híbrido atual aumenta a ociosidade nas estações de trabalho. Segundo Stefano Zunino, country manager do WPP no Brasil, essa preocupação foi levada em conta no projeto do campus de São Paulo. “Ainda antes da pandemia nós já pensávamos em como mudar a maneira de trabalhar. A pandemia foi um acelerador e mostrou também como é importante ter convívio”, frisa ele, ressaltando que além das agências que ocuparão o campus não terem 100% de seu pessoal presente todos os dias, há muitos colaboradores espalhados pelo Brasil, atuando de forma remota. “Vamos aumentar a colaboração, mas não vamos unificar as equipes. As marcas de cada agência são muito importantes”, ressalva, acrescentando que haverá mais facilidade para formar times focados em clientes específicos.
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Zunino espera ainda que, além das especificidades do trabalho híbrido, haja ganhos na integração entre dos colaboradores e uma melhor adequação dos escritórios ao meio ambiente. “Será um espaço para se transitar com melhor qualidade de vida, com teatro, academia, restaurantes. Um templo para a criatividade”, cita.
O projeto do WPP Campus de São Paulo, escolhido em uma concorrência, é do arquiteto brasileiro Gustavo Utrabo e prevê cinco pavimentos de 11 mil metros quadrados cada, conectados por passarelas e escadas, que levarão a espaços de convivência e galerias conectadas às áreas externas. O térreo será aberto ao público e contará com lojas, cafés, restaurantes e uma grande área verde. Segundo o arquiteto, o conceito do edifício que criou é inspirado no encontro dos rios Tietê e Pinheiros, que ocorre nas proximidades do novo endereço da holding. Sua proposta é a de repensar as relações entre os rios e os moradores da metrópole e entre o homem e a natureza. O paisagismo do arquiteto Raul Pereira prevê mais de 110 espécies de plantas e árvores nativas da Mata Atlântica, nos 7 mil metros quadrados de jardim. O design de interiores da nova sede será desenvolvido pelo escritório de arquitetura e design BDG, integrante da holding WPP.
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