Young PR: não há mais distinção entre marca e reputação da empresa
Joint venture entre Y&R e Grupo Ideal, ambas do WPP, dá origem a uma operação de relações públicas com forte viés digital
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Isabella Lessa
9 de abril de 2018 - 11h39
Conforme noticiado pelo Meio & Mensagem na terça-feira, 3, uma joint venture entre a Y&R e o Grupo Ideal dá origem a uma nova operação de relações públicas, a Young PR. Ambas as agências pertencem ao WPP, que também passa a controlar o novo empreendimento.
A ideia que deu origem ao projeto começou a maturar no segundo semestre do ano passado, em meio a conversas entre Eduardo Vieira e Ricardo Cesar, fundadores e CEOs do Grupo Ideal (Ideal H+K Strategies, Ogilvy PR, 1927 e RDI), e Davi Laloum, presidente da Y&R. Durante esses encontros, o trio concluiu que os universos de Relações Públicas e de Publicidade, antes separados com delimitações muito claras, passaram a transpassar essas linhas e se aproximaram cada vez mais, diante das mudanças nos hábitos de consumo, da ascensão das redes sociais, entre outros fatores. “As pessoas estão muito bem informadas tanto sobre a marca quanto sobre a reputação corporativa da empresa que é dona daquela marca. Há um ponto de convergência muito grande, começamos a ver isso se refletir nas áreas de marketing e comunicação corporativa, que estão cada vez mais ligadas”, diz Cesar.
Airbnb e Uber, dois expoentes da nova economia, são exemplos claros de que o consumidor não faz mais a distinção entre marca e reputação da empresa, oberva Laloum. A primeira, rede de ofertas de quartos e casas, soube valer-se de sua cultura de compartilhamento para fortalecer ainda mais sua marca e sua reputação: antagonista declarada às medidas separatistas do governo norte-americano, iniciou uma ação para abrir cem mil refugiados, posicionamento reforçado na campanha #WeAccept, veiculada no Super Bowl de 2017. Já o Uber teve sua imagem manchada diante dos escândalos envolvendo o nome de seu CEO na época, Travis Kalanick, posteriormente demitido. No momento, a aposta da empresa para recuperar a queda na imagem é a chief brand officer Bozoma Saint John. “Com o acesso total a informação, o mundo da marca está ligado ao comportamento da empresa e vice-versa. Antes, a marca podia fazer campanhas extraordinárias e estava tudo certo. Hoje, as pessoas não aceitam mais isso”, reflete Laloum. À frente da Young PR está Marco Antonio Sabino, fundador da S/A Comunicação, que foi incorporada pela Llorente & Cuenca, cuja operação brasileira foi presidida por ele nos últimos dois anos. Segundo ele, o atual projeto vai construir uma estratégia que irá diminuir o teor convencional do trabalho que vinha sendo feito em RP e publicidade – deixa claro, porém, que o foco da atuação residirá sobre a entrega de relações públicas. “Esses limites tendem a cair e a diminuir em toda a estruturação da nossa entrega”. O profissional não releva nomes, mas conta que a Young PR já está desenvolvendo trabalhos para três clientes – nenhum deles é atendido por agências do WPP.“Evidentemente, clientes do WPP são muito benvindos, clientes da Y&R também, seria até um passo natural que isso aconteça no tempo correto, mas o foco é atender o mercado inteiro, independentemente de ser WPP ou não”, reforça Ricardo.
De acordo com o jornalista, a joint venture é mais um reflexo do forte movimento de horizontalidade que vem ocorrendo no WPP. “Juntar os melhores talentos de diferentes redes. Esse movimento pressupõe colocar o cliente no centro, ver a necessidade deles e montar um time para entregar o melhor serviço”, diz. No momento, Sabino está montando a equipe da Young PR seguindo essa mesma lógica: analisar as necessidades de cada cliente para então selecionar os perfis de profissionais mais adequados. “Temos um viés digital muito forte, então estamos mirando os melhores profissionais do mercado levando em conta esse fator. Jornalistas, RPs e gente de outras áreas”, comenta.
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