Cannes: celebração da propaganda engajada

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Opinião

Cannes: celebração da propaganda engajada

O Festival não foi o mesmo porque, finalmente, foi inserido no caldeirão de vida em perigo que dura e chocantemente insiste em existir no seu entorno


27 de junho de 2022 - 10h36

Como o Meio & Mensagem desta semana já destacou, este ano foi um marco na história do Festival Cannes, pela primeira vez invadido e tomado, nas ruas e nos palcos, por um ativismo que já ocorre na vida real há anos, mas a ilha da propaganda parceria inatacável ou alvo negligenciado. Este ano, os ativistas descobriram uma antes protegida ilha da fantasia, mas agora inevitavelmente engajada numa sociedade na qual está inserida e da qual depende para existir e sobreviver.

Isto posto e isto dito, talvez falte colocar luz no fato de que também os prêmios refletiram, em alguma medida, esse engajamento da publicidade nos descaminhos e desafios da dura realidade cotidiana global.

Uma parte significativa dos prêmios, inclusive do Brasil, foi entregue a campanhas com temática ESG, inclusive o prêmio Titanium, em tese o mais disputado do evento, que teve como vencedora a campanha “Long Live The Prince”, que não é de nenhum produto, mas um movimento de apoio a fundação criada para apoiar crianças carentes em nome de Kayan Prince, jovem jogador de futebol preto assassinado quando jovem. Emocionante e merecido.

Houve uma ocasião, anos atrás, em que eu prometi, em artigo publicado no site ProXXIma, que no ano seguinte iria denunciar os trabalhos brasileiros inscritos no Festival de Cannes que fossem, como dizemos aqui no Brasil, campanhas “fantasma”.

Mudei de ideia. Não me importo mais com isso. Porque fico pensando que o mundo precisa de todo e qualquer esforço para que todos nós, nós mesmos e nossas lideranças, nos conscientizemos do beco aparentemente sem saída em que nos metemos. Até campanhas fake, se elas minimamente ajudarem alguma causa de verdade.

O Festival não foi o mesmo porque, finalmente, foi inserido no caldeirão de vida em perigo que dura e chocantemente insiste em existir no seu entorno.

Cannes foi assim, de certa forma, uma espécie de reconhecimento e celebração da publicidade que olha para isso, seja da forma que for.

Isso é bom, porque ali fora, tá muito ruim.

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