Baixinho da Kaiser muda para o vinho

Renato Rogenski
2 de agosto de 2019 - 6h25

José Valien Royo: “Acredito, sim, que novos personagens possam surgir. As nossas agências têm criatividade para novas ideias” (Crédito: Divulgação)

Figura carimbada na cultura popular brasileira sob o pseudônimo de “Baixinho da Kaiser”, o ator José Valien Royo volta a ser protagonista de uma publicidade no mercado de bebidas. O profissional foi contratado para a mais nova campanha do e-commerce de vinhos Wine. Com o mote “O Brasil é o país do Vinho” e o tom voltado para o humor, o trabalho de comunicação criado pela agência Innova AATB conta com filmes e peças digitais em display, Youtube, Facebook e Instagram.

O primeiro vídeo entrou no ar nesta quinta-feira, 1, no canal da marca no Youtube, e sugere a combinação entre o churrasco e o vinho. “E se churrasco é coisa de brasileiro, por que não o vinho ser a bebida oficial do evento?”, questiona Alexandre Carmona, sócio-diretor da Innova AATB. De acordo com Laura Barros, diretora de marketing da Wine, as mensagens bem-humoradas têm como intenção democratizar ainda mais o vinho no Brasil.

Vale lembrar que essa não é a primeira campanha que José Valien Royo protagoniza após sua longínqua história com a Kaiser. Em 2014, o ator também fez comerciais promovendo a tequila El Jimador. Abaixo uma entrevista jogo-rápido com Valien.

Meio & Mensagem – Como foi o seu começo como garoto propaganda e qual é a parte de sua carreira artística que as pessoas ainda não conhecem tanto?
José Valien Royo – Eu comecei a aparecer de fato em 1986, quando o Zaragoza, o “Z” da DPZ, e o diretor Cláudio Meyer, perceberam que eu tinha jeito para a coisa. Meu primeiro comercial com eles logo ganhou prêmio em Cannes. Eu não estava acertando os passinhos que eu tinha que fazer no filme e o Zaragoza autorizou que fosse errado, daquele jeito mesmo. E foi um sucesso. Como a tomada da câmera era feita de cima, o Cláudio Meyer pediu para eu colocar um boné, para que a minha careca não brilhasse. Pronto! De forma improvisada, estava criado o personagem. O que pouca gente sabe é que já tentaram até roubar o meu primeiro boné, que hoje eu guardo em um cofre.

Você já fez campanhas de cerveja, tequila e agora vinho… Já foi garoto propaganda de algum outro trabalho fora desta segmentação de bebidas?
Nos tempos de minha saudosa Kombi, como fazia transporte de equipamentos para filmagens, cheguei a ter pequenas participações em comerciais do creme Nivea e dos macarrões Vulcania. Mas me firmei mesmo a partir de 1986, quando passei a ser protagonista de comerciais de cerveja.

Depois de tanto tempo atuando em campanhas publicitárias… O que você aprendeu com esse mercado?
Aprendi a lidar com o público, com a fama, com a imprensa, e que a gente nunca deve perder a humildade: se eu obtive sucesso, foi graças ao carinho das pessoas, da mídia, das empresas e agências para as quais trabalhei. Por isso, tenho muito respeito e gratidão por todos.

“A propaganda, como tudo na vida, é cíclica. O novo sempre vem, já dizia a música”

Você acha que na publicidade de hoje ainda há espaço para o surgimento de fenômenos de popularidade como você, o Carlinhos Moreno e o Sebastian?
A propaganda, como tudo na vida, é cíclica. O novo sempre vem, já dizia a música… Acredito, sim, que novos personagens possam surgir. As nossas agências têm criatividade para novas ideias.

Você acha que o humor é essencial na construção de um bom garoto propaganda para a marca?
O humor é essencial para a vida. O público gosta disso. Afinal, o nosso dia a dia já é difícil demais. Com leveza, com alegria, a mensagem publicitária pode ser transmitida para o consumidor de forma muito mais comunicativa.

Qual é a sinergia do seu personagem com esse mercado de vinhos?
Vinho é uma bebida que incorpora todos os sentimentos, principalmente nos bons momentos. É uma bebida parceira da vida. Não há quem resista a um bom vinho. A minha sintonia com vinho é total. Sempre com moderação, é claro.

Crédito da imagem do topo: John Murzaku/ Unsplash