Google e Yahoo investem em antecipação

Meio & Mensagem
15 de julho de 2015 - 11h46

(*) Por Tim Peterson, do Advertising Age

O Yahoo e o Google foram as primeiras empresas a permitir que as pessoas percorressem a internet digitando palavras em uma barra de busca. Agora, as duas companhias estão trabalhando em um novo tipo de busca para mobile que visa ir além da pergunta.

No começo do mês, o Yahoo atualizou o seu aplicativo Aviate que permite que os usuários de Android customizem a tela inicial de seus telefones ao adicionarem uma ferramenta chamada Smart Stream. Essa ferramenta visa funcionar como uma assistente pessoal, antecipando informações que as pessoas podem precisar e tornando-as disponíveis na tela inicial.

Como o app de assistência pessoal do Google, o Google Now, o Smart Stream coleta informações de vários aplicativos como o calendário e localização, assim como outros sinais. Por exemplo, se a pessoa tem uma conference call em um minuto e o Smart Stream percebe que os fones de ouvido estão conectados ao telefone, coloca o número a ser discado na tela de início.

Para as duas gigantes da internet, esses aplicativos de assistência pessoal são a aposta do futuro em pesquisa. Como as pessoas começam a procurar informações enquanto estão em movimento, elas podem tender a se tornar mais impacientes. Digitar algumas palavras e buscar em uma lista de links pode não levar tanto tempo, mas a tecnologia existe para tornar a vida das pessoas mais fácil. Enquanto as pesquisas de web avançaram na questão de busca de informações, esses assistentes visam informar ao computador quais informações você procura.

“Quando nós pensamos no Smart Stream, estamos respondendo a pergunta do que você quer fazer depois”, diz Paul Montoy-Wilson, um ex-diretor de produtos do Google que criou o Aviate antes de vendê-lo ao Yahoo em janeiro de 2014 e que agora atua como diretor de produtos do Yahoo Aviate.

Para responder a essa pergunta, o Smart Stream acessa o histórico de localizações, padrões de uso de aplicativos, informações no calendário e histórico de busca, explica Montoy-Wilson. O app também leva em consideração como as pessoas usam o Smart Stream para recalibrar quais informações parecem ser mais importantes para o usuário enquanto usa o assistente pessoal.

“Por exemplo, vamos dizer que nós previmos que você quer ir ao cinema no fim de semana, então nós buscamos os filmes que estão passando em um cinema próximo. Nós podemos ver: você visualizou aquela página, e depois clicou, foi ver o trailer ou comprou o ingresso. Todos esses dados nos ajudam a personalizar informações para você”, afirma Montoy-Wilson.

Isso não é tão diferente do Google Now, que também pode fazer coisas similares, como falar para a pessoa que horas ela tem que sair para pegar um voo ou aparecer para uma reserva de restaurante levando em conta as informações de trânsito, assim como o calendário da pessoa. O Google também está trabalhando no Google Now com o Now on Tap, que pode ser estendido além do Google Now para mostrar informações relevantes enquanto usa outros apps.

Porém, uma área onde o Smart Stream diferencia do Google Now é o uso de informações ligadas à conta do Yahoo.

“Se você for um usuário do e-mail Yahoo, nós começaremos a procurar informações relevantes para você baseadas no seu e-mail. Se você tem um voo chegando, procuraremos informações relacionadas ao voo. Se você tem uma encomenda para chegar, procuraremos a embalagem e daremos a opção de você rastreá-la,” conta Montoy-Wilson.

Como o Smart Stream irá se converter em lucro ainda deverá ser visto. Google Now e Smart Stream não possuem anúncios, e deixar com que marcas influenciem no assistente pessoal de uma pessoa pode ser complicado. Porém, ser capaz de antecipar o que uma pessoa quer ainda tem valor para empresas como Google e Yahoo que operam na indústria de tecnologia de anúncios para direcionar as propagandas às pessoas certas.

“Efetivamente, a antecipação está tentando entender a intenção do usuário antes de fazer uma pergunta. Se você entender o propósito de uma busca, é um grande negócio,” informou Montoy-Wilson.

Traduzido por Mariana Stocco