Influenciadores virtuais e publicidade: como funciona essa combinação?
Criação de personas virtuais, como Satiko e Pink, abre caminhos para marcas interessadas em ações com esses avatares no ambiente digital
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Carolina Huertas
8 de setembro de 2022 - 15h07
A criação de avatares é cada dia mais comum entre as celebridades e influenciadores. Com o avanço da Web3, os investimentos no metaverso e o desejo pela inovação, os influenciadores virtuais tem surgido como porta de negócio para as personalidades. Para além de parcerias com as marcas no estilo tradicional de publicidade nas redes sociais, com posts patrocinados, os avatares começam a alcançar novos mercados.
Nesse universo é possível estar presente em games e realidades virtuais, como o caso da Satiko, avatar de Sabrina Sato, em ativações no GTA, em ativações de eventos físicos, como aconteceu com a Pink, avatar da Bianca Andrade, na premiação do MTV Miaw ou como no caso da Jords, avatar da influencer Jordana Maia, que é um dos nomes confirmados na semana de moda de Nova York, que acontece no início de setembro.
Segundo Ricardo Tavares, CEO da Biobots, startup criadora da Satiko e da Pink, a conceituação do avatar vai de acordo com os anseios e os interesses da personalidade. Algumas querem fazer um espelho da personalidade delas, enquanto outras pessoas querem explorar um outro lado. “A Sabrina não é tão aventureira, mas a Satiko é, por exemplo. O perfil é desenhado a quatro mãos com a nossa equipe e com a equipe da celebridade”, revela o executivo.
O profissional conta que a empresa desenvolve a criação e o gerenciamento dos avatares baseados em um plano de conteúdo estruturado em quatro pilares: identidade, comercial, memes e bastidores. “Cada um deles está fundamentado, respectivamente, em trabalhar com conteúdos que têm o intuito de fixar os gostos e assuntos de interesse do personagem; contextualizar a rotina do influenciador em parceria com marcas ou celebridades, estimular interações, estreitar o relacionamento com os fãs, participar de memes e assuntos virais do momento e abordar os bastidores do dia a dia do personagem, também acompanhando os compromissos da celebridade”, conta o executivo.
Para além de empresas especializadas, algumas empresas de agenciamento de carreiras estão entrando no jogo. A HighFY, empresa pertencente ao grupo PopComm, atualmente cuida da carreira da Jords, de Jordana Maia. A criadora montou uma equipe pessoal para criar a influencer virtual e destinou o gerenciamento para a HighFY, atual agência da criadora de conteúdo. “Nós criamos um storytelling, quem é a Jords, o que ela faz, qual a diferença entre a Jords e a Jordana, qual é o público da Jords, quem é o público da Jordana, como ela se comunica etc”, comenta Fernando Bento, co-fundador do grupo PopComm.
Tavares comenta que a Biobots ainda não possui departamento comercial ativo, porém, por criarem as influenciadoras virtuais, as marcas que estão indo até eles em busca de realizar as ações. “De acordo com o perfil desenvolvido para cada tipo de influencer virtual, cada marca tem um interesse diferente. Assim como o metaverso é mais ou menos um espelho da nossa vida real, o influencer virtual é mais ou menos o espelho do influencer real, com a diferença que ele tem muito mais liberdade e não está preso em um espaço físico, então pode estar em lugares diferentes”, explica.
Bento afirma que existe uma diferença entre o agenciamento da Jords e o de Jordana, pela não limitação do avatar. Segundo ele, existe um planejamento estratégico de cada uma, onde elas andam juntas, mas também separadas. A Jords foi capa da revista Bazaar na semana seguinte de sua criação, junto da Vivara, uma marca que até então não era anunciante da Jordana. A criadora só foi realizar uma ação com a marca depois do acontecimento. Atualmente a avatar ainda tem seus conteúdos compartilhados no mesmo perfil da criadora por uma questão estratégica, mas no futuro ela migrará para um perfil próprio.
Com relação às marcas que estão se interessando pelos trabalho com os influencers virtuais, os profissionais apontam que existem dois tipos: as internacionais que já estão envolvidas com o metaverso globalmente e desejam iniciar os trabalhos no Brasil também e as interessadas em inovação, tecnologia e tendências.
“Nós faremos um projeto no mertaverso agora com uma marca internacional, que já foi feito nos Estados Unidos. No Brasil, a influencer será a primeira a desenvolver um projeto com a marca”, conta Bento.
O CEO da Biobots revela que o trabalho com os influencers virtuais é, no fundo, sobre o conceito e construção de comunidades. “O que nós estamos criando é uma comunidade forte para navegar em todos os lugares do metaverso. Quando falo em rede social, hoje, é muito fácil elencar as cinco grandes redes: então quando uma marca vai fazer um investimento, ela vai escolher se fará no Instagram, Google etc. Em nossa visão, o metaverso vai multiplicar as plataformas em milhares de vezes, então a importância não é aonde [a marca estará], mas como”, conta.
O executivo afirma que, diante dessa visão, o objetivo é gerenciar e construir uma comunidade sólida que irá irá trafegar bem independente de onde investir. “Estamos criando na verdade um produto que encaixa qualquer plataforma porque ele não é só o avatar e sim a comunidade que o engloba”, diz.
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