Meio & Mensagem
30 de agosto de 2011 - 1h59
Na sexta-feira, dia 19 de agosto, portanto há pouco mais de uma semana, 86 longas metragens exibidos nas mais de 2.200 salas de cinema no Brasil totalizaram um público de 273.734 ingressos. No dia 26 de agosto, 86 longas aferidos somaram 279.727 ingressos no país inteiro.
Impressionam nesses números dois aspectos. O primeiro é a capacidade do meio cinema em informar o mercado em tempo real sobre dados reais. As agências e anunciantes que investiram em cinema conhecem cada um desses quase 300 mil cidadãos brasileiros que, somente na última sexta-feira, encheram as salas de exibição. Sabem em que cidade estavam, que complexo escolheram, qual filme optaram e, por fim, a que horas era mais conveniente a diversão.
Não existe meio de comunicação publicitária com essa capacidade de avaliação de investimento. Não há instituto de pesquisa em funcionamento no Brasil, nem ferramenta de aferição que consiga se aproximar da precisão dos dados do cinema.
Outro fator que impressiona é a constância dos números de cinema no país. O meio está em alta. Existem novos empreendimentos, novos players e um novo público. O resultado dos investimentos publicitários em cinema é inversamente proporcional ao baixo custo da inserção comercial. Portanto anunciar em cinema é, acima de tudo, um bom negócio.
O meio cinema não trabalha com simulações ou projeções de resultados. No final de cada dia todos os grupos exibidores divulgam seus resultados por cidade, complexo, sala, filme e horário. O controle é feito por um confiável sistema de informação que transforma o meio em um investimento de baixíssimo risco para as agências e anunciantes nacionais.
Diante da fragilidade dos sistemas de aferição de audiência de outros meios (não há exceção) o cinema é uma ilha de transparência e, só por isso, deveria merecer mais atenção das agências de publicidade que adoram profetizar sobre seus cuidados na administração das verbas publicitárias. Pois a baixa representatividade do meio cinema nos investimentos publicitários, em contraposição a crescente afluência de público, coloca em dúvida todo esse declarado zelo pelo dinheiro alheio.
Os anunciantes brasileiros deveriam ficar mais atentos aos resultados do meio cinema e exigirem justificativas para o `esquecimento` de suas agências quanto ao seu uso nas campanhas que estão no ar. Foi difícil explicar para executivos da indústria de cinema internacional porque um afamado diretor brasileiro de longas metragens de animação, ao estrelar uma campanha publicitária de uma conhecida marca de telecom, não teve o anúncio programado em salas de cinema.
Foi-se o tempo em que o cinema poderia ser considerado um programa da elite brasileira. O processo de interiorização do Brasil aliado às boas condições da economia e ao aumento da capacidade de consumo da população trouxe para além das catracas um universo de consumidores das mais diferentes matizes.
Também não é mais justificativa a carência tecnológica do meio. O Brasil já possuí 400 salas digitais e a grande maioria das salas tem arquitetura de estádios, possuem telas grandes e poltronas confortáveis.
Portanto os anunciantes brasileiros que abrem mão do meio cinema em seus planos de mídia estão abrindo mão dos seus consumidores em um ambiente absolutamente favorável ao contato com as marcas. O entretenimento é uma indústria que cresce a índices chineses e esse processo, no Brasil, é liderado pelo cinema.
Todos os argumentos acima fogem do estereótipo do meio que, invariavelmente, aborda elementos como atenção do consumidor e sua impossibilidade de `mudar de canal`. Apesar de verdadeiros esses aspectos são tão ultrapassados quanto a primeira versão do filme O Planeta dos Macacos. Por isso reveja os conceitos e aproveite e vá conferir a instigante nova versão desse filme com o subtítulo de A Origem. Será impossível não perceber o quanto o meio cinema está em linha com o que existe de mais moderno em termos de comunicação publicitária: conteúdo, inovação tecnológica e interação com o consumidor.
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