Geraldo Leite
17 de outubro de 2012 - 12h13
Há um processo cada vez maior de internacionalização da nossa comunicação, como extensão natural dos rumos da economia. O Brasil cresceu de importância como um mercado mais atraente que no passado, porque as empresas internacionais hoje precisam dos países emergentes e porque, além de tudo, faremos dois grandes eventos mundiais.
Como se diz: “é a economia, estúpido” e esse processo de internacionalização do nosso país vem de longe. No começo era praticamente só a política da boa vizinhança com o Zé Carioca e a Carmen Miranda. Daí, topamos conversar, mas sob condições: “se o Tio Sam pegar no tamborim”, nós vamos misturar o Bebop com o samba, Miami com Copacabana e o chiclete com banana.
E assim, na nossa jinga musical com DNA de Macunaíma, usamos a nossa desculpa de só falar português num continente latino, para ir avançando a passos beeem lentos.
Primeiro vieram as empresas de fora e conquistaram certos setores do mercado. Depois, já num raciocínio de integração mundial, os grandes grupos de comunicação internacionais tomaram posse do nosso mercado de agências de propaganda, controlando, praticamente, quase todas as principais.
Por fim, chegamos onde estamos: muitas marcas internacionais presentes, outras que querem chegar e nós, brasileiros, com muitas empresas nacionais, mas poucas marcas com capacidade de competição fora daqui.
A novidade agora, mesmo após a limitação do capital estrangeiro nos veículos eletrônicos (pois dependem de concessão governamental), é que parece haver uma nova onda de interesse pelo mercado de mídia brasileiro que se reflete em lançamentos de edições nacionais de jornais internacionais (N.Y. Times e F. Times), pela entrada no ano passado de novas Editoras (Conde Nast, por exemplo), do fortalecimento de grupos de TV por assinatura (Fox, Turner, HBO,..), de grandes players internacionais na área de educação e até mesmo, segundo dizem, de possibilidades de parcerias em emissoras de TV abertas.
Isso tudo sem contar uma nova categoria de veículos de comunicação que nasceram globais, como o MSN, Google, Facebook, etc.
Se é esse o caminho e se não há como resistir ao capital internacional, deveríamos procurar agir estrategicamente e adotar certas posturas para garantir o nosso futuro. Entre elas:
* Valorizar o nosso conteúdo nacional e regional;
* Atrair mão de obra qualificada;
* Incentivar a formação de talentos locais;
* Preservar a geração de empregos e de oportunidades no país;
* Treinar mais profissionais especializados no mercado internacional;
* Construir marcas nacionais para competir internacionalmente;
* Exportar mais produtos nacionais ligados à Cultura e à Tecnologia;
* Criar produtos brasileiros de comunicação para os canais internacionais.
Enfim, já que vamos miscigenar, que tal garantir um lugar na janelinha?
Compartilhe
Veja também
-
Cimed amplia collab com Fini e lança gel dental e enxaguante bucal
Já foram vendidas 7 milhões de unidades dos produtos para o varejo farmacêutico e projeção é chegar a 100 milhões em 2025, com faturamento de R$ 1 bilhão
-
Avon amplia pontos de venda e reforça atuação omnichannel
Marca abre sua loja própria no Mercado Livre, chega à rede Bel Cosméticos e expande parceria com a Soneda
-
-
-