Varejo move a Indústria do Esporte no Brasil
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Amir Somoggi
22 de fevereiro de 2012 - 3h03
Em geral, aqui no blog escrevo sobre os negócios relacionados ao esporte de exibição, a vertente mais midiática, emocionante e com alto grau de valorização do marketing esportivo. As receitas da Indústria do Esporte podem ser divididas em esporte de exibição e esporte de participação.
A exibição do esporte profissional gera receitas com direitos de TV, publicidade nas transmissões, patrocínio, licenciamento, gastos nos estádios, arenas, ginásios e autódromos e todas as outras receitas de times, federações e equipes profissionais. Além disso, nessa soma se consideram as despesas dos times profissionais, para que não haja dupla soma nas receitas.
Já o esporte de participação engloba todo o consumo das pessoas com esporte a partir da prática esportiva amadora de diferentes modalidades. São os gastos diretamente refletidos no varejo, como as vendas de tênis, equipamentos esportivos, vestuário, isotônicos, alimentos especiais, mensalidade em academias e clubes, viagens, etc.
Assim, o varejo esportivo tem papel fundamental no desenvolvimento econômico da Indústria do Esporte de qualquer país, especialmente nos países com grande número de consumidores, como o Brasil.
Atualmente, no Brasil, quase 70% de tudo que é produzido pela Indústria do Esporte é proveniente do varejo esportivo e somente 30% vem de serviços esportivos e receitas indiretas geradas. Isso significa que, dos R$ 50 bilhões movimentados pela Indústria do Esporte brasileira, quase R$ 35 bilhões vem do varejo.
Apenas como comparação, nos EUA, maior mercado de sports business do mundo, com US$ 300 bilhões movimentados anualmente, 30% (US$ 90 bilhões) é oriundo do varejo esportivo. Mas, por lá, a maior receita depois do varejo são os gastos em estádios, que movimentam quase US$ 30 bilhões anuais, ou 10% da Indústria. No Brasil, as bilheterias, explorações de estádios e outras arrecadações de jogos representam cerca de 1% da Indústria.
Assim, o Brasil verá nos próximos anos um crescimento acelerado dos negócios com o esporte de exibição, que devem crescer dos atuais 30% para 40% da Indústria nos próximos anos. Dependendo do impacto que os dois megaeventos venham a gerar no mercado, após os Jogos Olímpicos, a representatividade pode até alcançar 50%.
Já o esporte de participação também tem potencial de crescimento, com o aumento da renda dos brasileiros com uma classe C consolidada. Entretanto, o grande problema da classe média brasileira é sua baixa adesão à prática regular de esporte. O mercado esportivo brasileiro é muito impactado pelo consumo das classes A e B, mais ativos na prática esportiva regular.
Mas esse será o assunto do meu próximo post, sobre o papel da classe C na prática esportiva dos brasileiros e seus impactos dos negócios do esporte no Brasil.
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