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Quer vender sua agência? Eis o que você precisa saber

Durante a Small Agency Conference, realizada pelo Ad Age, chefes de empresas de publicidade falam sobre prós e contras de fusões e aquisições


20 de julho de 2018 - 9h33

Por Bradley Johnson, do Advertising Age*

 

Jean Grabow, Ahmad Islam, Sharon Napier e Brian Braiker, editor do AdAge (crédito: reprodução – Frank Mazzini/AdAge)

Pensando em vender sua agência de publicidade? Ahmad Islam, chefe de uma agência, alerta: “São só emojis de coração até o dia em que o acordo é fechando. Então, fica estranho”.

No final de 2014, Islam vendeu a Commonground, de Chicago, à empresa de capital privado PCH Communications, o que “por várias razões não deu certo”, disse o profissional em um painel da Small Agency Conference, realizada pelo Ad Age em Marina del Rey, na Califórnia. A rede multicultural Commonground/MGS, que abrigou a Commonground após a venda, encerrou suas atividades em 2015 em meio a problemas financeiros.

Islam voltou ao mercado em 2016, por meio da agência Ten35, onde é CEO e sócio administrativo. Em sua segunda empreitada, Islam buscou permanecer no controle, ao manter 51% de participação da empresa – a Eastport Holdings, uma holding de agências , detém o restante. “Estamos muito felizes em retornar ao lado empresarial”, disse Islam, cuja agência conta com 35 funcionários. Manter o controle da agência é fundamental para continuar influente na cultura da agência, afirma o profissional.

Islam participou de um painel com dois outros líderes de agência, que compartilharam suas perspectivas sobre vendas de agências: Jean Grabow, presidente e sócio-administrativo da Dailey, uma empresa de publicidade localizada em West Hollywood, na Califórnia, que no ano passado foi recomprada a Interpublic Group of Companies; e Sharon Napier, CEO da Partners & Napier, uma agência de Rochester, em Nova York, que foi vendida em 2011 para o grupo Project Worldwide. Os três concordaram que é importante entender e apreciar a cultura de uma agência – e ouvir atentamente os funcionários –, se a empresa está comprando ou sendo vendida.

Quando a Dailey voltou a ser independente da Interpublic, “a agência mudou completamente, foi um impulso de energia, uma excitação”, contou Jean. Recuperar a independência “era a coisa certa a se fazer em termos culturais”, afirmou o profissional. De certa forma, foi um passo lógico tanto para o comprador quanto para o vendedor, embora a Interpublic possuísse a Dailey desde o início dos anos 1980. Na época, a agência já operava de forma bastante independente.

Para Sharon, a meta desde o primeiro dia era vender a empresa após dez anos, explicou. Isso dava à agência regional recursos financeiros, capacidade de expansão e maior escala, responsáveis por ajudar a empresa a recrutar talentos. “Eu vendi para realmente melhorar minha agência”, disse. Ela ainda ressaltou que o mercado de fusões e aquisições mudou desde que a Partners & Napier foi vendida, a com grandes holdings “lutando para se definirem” e ficando menos interessadas em adicionar mais agências de publicidade ao seu mix. Mas, segundo Sharon, consultorias como a Accenture, fundos de investimentos e micro redes de agências estão em busca de novos acordos.

(*)Tradução: Victória Navarro

*Crédito da foto no topo: RawPixel/Pexels

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