Setor de franquias vira opção diante da crise
Responsável pela movimentação de mais de R$ 139 bilhões anuais, a expectativa é de que fature 8% a mais este ano
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Mirella Portiolli
13 de junho de 2016 - 10h41
A compra de um sapato pela internet trouxe uma oportunidade inesperada para a assistente administrativa Sonia Maestrelo: ter sua própria franquia. Deixar de ser funcionária para virar a dona de um negócio não estava nos planos da mineira de 25 anos, mas a possibilidade de ter uma loja de calçados que requer investimento inicial baixo, de R$ 149, pareceu uma boa oportunidade.
Há oito meses, Sonia adquiriu uma franquia online da Miarte, e-commerce brasileiro de calçados femininos, e vendeu os primeiros pares para as amigas. Agora, ela é um dos destaques do rol de seis mil franqueadas da companhia. A cada venda, as parceiras recebem comissão automática de 10% a 40% da Miarte, responsável por todo o processo, desde o recebimento do pagamento até a entrega na casa da cliente. “Meu faturamento mensal é o triplo do meu antigo salário”, afirma Sonia. Ela abandonou o trabalho registrado para se dedicar exclusivamente à franquia e agora conta com o auxílio de sua irmã para atender à demanda crescente.
“Quero evoluir junto com a Miarte e ser parceira por muito tempo”, projeta. A empresa, que se tornou franqueadora em 2014, quer chegar ao fim deste ano com 18 mil franquias. Mesmo sem conhecer os requisitos para entrar em um negócio com poucos riscos, Sonia seguiu os passos indicados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) para quem quer ingressar no setor: escolher um ramo que goste, realizar um investimento inicial compatível com o orçamento e incluir a família no desenvolvimento do negócio. Esta semana, a entidade realiza em São Paulo a 25a edição da ABF Franchising Expo, evento que inclui seminários e cursos para capacitar franqueados e interessados. A partir desta segunda-feira 13, até sábado 18, 400 expositores divulgarão suas marcas na feira.
Os organizadores esperam aumentar em 60% o número de visitantes. Em 2015 foram 60 mil pessoas.
Para Altino Cristofoletti, vice-presidente da ABF, o aumento do interesse reflete a situação econômica do País. “As pessoas perderam seus postos de trabalho e querem empreender com as franquias, que minimizam riscos por permitirem escala e oferecerem respaldo,” afirma Altino. O mercado teve queda no ritmo, mas cresceu 8% no ano passado, movimentando R$ 139,593 bilhões. Mesmo com a instabilidade econômica, a expectativa é de que fature 8% a mais este ano e aumente em 10% a quantidade de unidades.
A íntegra desta reportagem está publicada na edição 1714, de 13 de junho, exclusivamente para assinantes do Meio & Mensagem, disponível nas versões impressa e para tablets iOS e Android.
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