Canais levam Sportflix à justiça no México
Aplicativo que se propõe a oferecer conteúdo esportivo via streaming está sendo processado por Televisa, ESPN, TNT, Univision e Fox Sports
Aplicativo que se propõe a oferecer conteúdo esportivo via streaming está sendo processado por Televisa, ESPN, TNT, Univision e Fox Sports
Luiz Gustavo Pacete
6 de setembro de 2017 - 8h00
A proposta: oferecer conteúdo esportivo de qualidade por meio do mesmo modelo de negócios da Netflix. Esse foi o discurso inicial do aplicativo Sportflix, que deveria ser lançado na América do Sul dia 30 de agosto, mas que teve sua chegada ao mercado adiada por vários embates legais de negociações de direitos.
“Netflix” dos esportes gera questionamentos
Na noite desta terça-feira, 5, o Instituto Mexicano de Propriedade Industrial recebeu várias denúncias de canais como Televisa, ESPN, TNT, Univisión e Fox Sports. As empresas alegam que o Sportflix está violando direitos de transmissão de conteúdo esportivo exclusivo.
Em entrevista recente ao jornal colombiano El Tiempo, Matias Said, vice-presidente da Sportflix, afirmou que sua empresa é uma plataforma de retransmissão no ambiente digital. “Não produzimos nada, pegamos o sinal dos canais de TV que transmitem”, disse Said. E é exatamente na retransmissão que os concorrentes alegam pirataria.
Em seu site, a plataforma afirma que vai oferecer conteúdo de modalidades como basquete, futebol, corridas, hóquei, golfe, tênis, futebol americano e grandes eventos como Copa e Olimpíada a uma taxa mensal que vai de US$ 19,99 a US$ 29,99 por mês.
No mês de agosto, assim que Said anunciou a data do lançamento, Fox, ESPN e Televisa vieram a público esclarecer que não possuíam relação com a empresa. “É importante esclarecer que grande parte das propriedades exibidas pelo Fox Sports, na América Latina, é exclusiva”, disse a Fox, em comunicado. A ESPN, também em comunicado, afirmou que não teve nenhum contato com a Sportflix. “Trabalhamos com os detentores e vendedores de direitos do conteúdo que exibimos e tomaremos todas as ações necessárias para proteger nossos produtos da pirataria e uso ilegal”, diz o comunicado.
“A ideia em si é interessante, mas não consigo ver um nível de detalhamento no modelo. Parece-me uma ideia muito simples em um mercado muito complexo em termos de acordos e players que demandam muito dinheiro para produção de conteúdo”, diz Anderson Gurgel, autor do livro Futebol S/A. Para Mozart Neto, diretor de negócios da CSM Golden Goal, empresa especializada em gestão e marketing esportivo, a Sportflix deve encontrar grandes desafios, sobretudo, no mercado brasileiro. “O principal deles está nos direitos de transmissão. Embora este mercado tenha indícios de mudanças importantes nos próximos anos, a Sportflix irá precisar investir bastante para buscar um posicionamento relevante no Brasil”, diz Neto.
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