Cresce o número de creators que vivem da profissão no Brasil
Pesquisa Creators & Negócios, realizada pela Brunch e YOUPIX, aponta que 81,4% dos creators brasileiros vivem da renda de produção de conteúdo
Cresce o número de creators que vivem da profissão no Brasil
BuscarCresce o número de creators que vivem da profissão no Brasil
BuscarPesquisa Creators & Negócios, realizada pela Brunch e YOUPIX, aponta que 81,4% dos creators brasileiros vivem da renda de produção de conteúdo
Amanda Schnaider
17 de novembro de 2023 - 6h10
Ganhar dinheiro com criação de conteúdo está cada vez mais comum no Brasil. De acordo com a quarta onda da pesquisa Creators & Negócios, realizada em parceria pela agência Brunch e a consultoria YOUPIX, o número de creators que vivem dessa função cresceu de 2022 para 2023. Em 2022, eram 74,7% ganhando dinheiro na profissão, agora são 81,4%.
Desse montante de 81,4%, 37,8% têm na produção de conteúdo sua fonte de renda única, enquanto 43,6% fazem dessa produção a sua renda extra. Mas ainda há 18,6% que não ganham dinheiro algum com o trabalho que desenvolvem.
Apesar de a maioria receber pelo seu trabalho, o levantamento revela que os ganhos não refletem as vidas glamourosas apresentadas nas redes. O ganho mensal padrão de um criador brasileiro está entre R$ 2 mil e R$ 5 mil. Mesmo sendo maior que um salário mínimo, essa fonte de receita está longe de ser capaz de transformá-lo em uma cadeia de geração de empregos, conforme indica a pesquisa.
Muito por conta desse contexto, 47% dos creators entrevistados pela pesquisa ainda estão formalizados como Microempreendedor individual (MEI), cujo faturamento anual não ultrapassa R$ 81 mil.
O estudo mostra ainda que quem está no mercado, quer permanecer nele, visto que 87,6% dos respondentes desejam que a atividade como creator siga sendo, ou vire a sua principal, ou única fonte de renda.
Seguindo a tendência de 2022, a quarta onda do estudo indica que o mercado está cada vez mais diversificado e especializado. Mesmo com uma dependência financeira ainda muito concentrada nos trabalhos com marcas, visto que mais de 50% da receita dos creators vem disso, outros modelos de monetização estão sendo considerados e adotados pelos criadores de conteúdo.
Apesar de o Instagram seguir como principal plataforma para trabalhos com marcas, com 77%, o TikTok desbancou o YouTube do segundo lugar, com 8,5% do total de trabalhos, seguido pelo YouTube, com 6%. Vale destacar que o LinkedIn, que não apresentava número expressivos nas edições anteriores da pesquisa, neste ano, apareceu na quarta posição no ranking, lugar anteriormente ocupado pelo Twitter (atual X).
A quarta onda do levantamento revela ainda a validação de um tipo específico de creator, os “telecreators”. Em uma alusão ao telemarketing, esses profissionais escolhem a criação de conteúdo não como oportunidade de carreira, mas como um trabalho possível, com grande oferta, poucas exigências e com renda imediata e baixa barreira de entrada.
No entanto, essa renda imediata não representa ganhos significativos para esse creator, visto que a porta de entrada desse mercado são a produção de conteúdo para marcas, que pagam algumas dezenas de reais por conteúdo, ou mesmo as famigeradas lives NPC, que se multiplicaram no TikTok na segunda metade do ano.
O estudo deste ano mostra que, de um ano para o outro, o percentual de creators que ganham mais do que R$ 5 mil cresceu. De 37% foi para 49%, o que, segundo o levantamento, reforça a ideia de que a internet é uma forte ferramenta no processo de ascensão social.
Todavia, num recorte de raça, os creators brancos continuam ganhando mais que os pretos. A pesquisa mostra que 52% dos creators brancos ganham mais do que R$ 5 mil por mês, já entre os pretos e pardos, esse percentual é de 43%.
A pesquisa ainda indica que há uma insatisfação geral dos creators em relação a eles mesmos, marcas e agências. Segundo o estudo, grande parte dessa insatisfação vem de um evidente despreparo dos profissionais que atuam nos bastidores.
Apesar de o otimismo pairar entre os creators brasileiros, entre os veteranos na profissão, há um sentimento de desânimo. Agora, esses estão buscando inovar e diversificar frente à saturação do mercado.
A pesquisa foi realizada de forma online e avaliou as respostas de 570 criadores de conteúdo de todo o Brasil. A pesquisa completa Creators & Negócios 2023 está disponível para download gratuito aqui.
Compartilhe
Veja também
Terra promove evento gratuito de verão no Villa-Lobos em janeiro
Primeira edição do Terra Verão acontece em janeiro e terá aulas e grupos de prática esportiva com apresentações musicais e espaço gastronômico
Nielsen e TikTok se unem para mensurar audiência multiplataforma
Nos EUA, rede social conseguirá avaliar o alcance das campanhas publicitárias das marcas na TV, digital e TVs conectadas