Estudo avalia impacto econômico do setor audiovisual
Trabalho também mapeia perfil das produtoras independentes do País
Estudo avalia impacto econômico do setor audiovisual
BuscarEstudo avalia impacto econômico do setor audiovisual
BuscarTrabalho também mapeia perfil das produtoras independentes do País
Guilherme Fernandes
30 de novembro de 2016 - 15h26
A Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais (Apro) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) encomendaram à Fundação Dom Cabral um estudo sobre o mercado de produção audiovisual no Brasil. Apresentado durante o evento Telas Fórum, o principal objetivo da pesquisa foi evidenciar a importância do setor audiovisual para a economia. Além de apresentar dados econômicos dos segmentos de cinema, TV, publicidade e mídias digitais, o estudo, disponível na íntegra aqui, traça o perfil das produtoras independentes do Brasil.
O trabalha aponta que o setor audiovisual brasileiro está em crescimento, e a tendência é continuar crescendo. Houve um aumento de 153% no volume de horas produzidas e registradas na Ancine entre 2008 e 2014, atingindo 4.288 mil horas produzidas e registradas. O crescimento das obras seriadas foi o grande destaque, passando de 703 horas, em 2008, para 2.943 mil horas, em 2014. O estudo comenta que esse crescimento de 318% pode ter sido impulsionado por conta da Lei 12.485, que regula o mercado nacional de TV por assinatura desde 2012.
Entre 2005 e 2014, o estudo também apontou o crescimento da participação do Brasil em coproduções internacionais, passando de 1 coprodução, em 2005, para 14. Portugal foi o maior parceiro.
O faturamento das operadoras de TV por assinatura cresceu 244% entre 2008 e 2014, aumentando de R$ 9,3 bilhões para R$ 32 bilhões. O valor inclui operações de banda larga, telefonia, TV paga e publicidade.
Em média, as produtoras independentes do Brasil faturam menos de R$720 mil e mantêm sete projetos em carteira
Os números brasileiros para o segmento over-the-top, como Netflix, também chamam a atenção. O estudo projeta um crescimento de 33% nas receitas até 2018, saindo de US$ 260 milhões, em 2015, e passando para US$ 462 milhões, o que, se concretizado, ultrapassaria países como o México.
O cinema também apresentou crescimento entre 2009 a 2015. No período, o público total cresceu 53%, atingindo 172,9 milhões por ano, e o faturamento bruto com bilheteria alcançou R$ 2,3 bilhões, o que representa um aumento de 142%.
Ao analisar o impacto econômico do audiovisual, o estudo estima que a receita das empresas do setor seja de cerca de R$ 42,7 bilhões de reais, com base em valores de 2015, gerando recolhimento de R$ 2,13 bilhões em impostos diretos e R$ 1,25 bilhão em impostos indiretos.
Perfil das produtoras
Atualmente, estão inscritas 7.312 produtoras na Ancine, sendo que os estados de São Paulo e Rio de Janeiro concentram 61% delas. Os dados da agência também mostram que 56,7% das produtoras são classificadas como independentes, e 66% têm acima de cinco anos de operação.
O estudo chama a atenção para a deficiência das produtoras na gestão e captação de recursos
Entre setembro e outubro de 2015, o estudo da Apro e Sebrae realizou uma pesquisa qualitativa com 209 produtoras independentes, em sua maioria pequenas e médias empresas, com o intuito de mapear o perfil do setor. Cerca de dois terços delas têm mais de cinco anos. A maioria dos sócios formação específica na área e é relativamente jovem – quase 70% das empresas têm indivíduos com menos de 45 anos como sócios.
O estudo também aponta que as produtoras independentes possuem poucos funcionários CLT e, em média, um número quatro vezes maior de freelancers. Para um terço das produtoras participantes, mais de 70% de seu faturamento vem de recursos oriundos de políticas públicas de fomento. Menos da metade delas, no entanto, tem até 30% de seus recursos de origem pública. A conclusão do estudo é de que o segmento depende de recursos governamentais, por meio de editais ou leis de incentivo. Ao esboçar um modelo de empresa representativa do setor, a partir dos dados, o estudo aponta que a renda anual dessa empresa é menor que R$720 mil.
A empresa representativa também atua normalmente em três segmentos de produtos diferentes, com sete projetos em carteira. De acordo com o estudo, isso mostra que as empresas brasileiras não são muito especializadas, o que seria ma vantagem em termos de perenidade, mas limitador para o crescimento. No geral, a dificuldade mais apontada foi a de distribuição e comercialização do conteúdo gerado.
Dentre as conclusões, o estudo chama a atenção para a deficiência das produtoras independentes no processo de gestão e captação de recursos, apesar da notável criatividade das empresas.
Compartilhe
Veja também
Globo amplia atuação no marketing de influência com Serginho Groisman
Após Tadeu Schmidt, Eliana e Maria Beltrão, Serginho Groisman é mais um apresentador da casa a ter seus contratos comerciais geridos pela Viu
Com Mercado Pago, Record chega a 7 cotas no Brasileirão
Banco digital integra o time de patrocinadores das transmissões na emissora, que já conta com Magalu, Grupo Heineken, Sportingbet, EstrelaBet, General Motors e Burger King