Greenpeace une Dilma e Alckmin
Com o argumento de provocar os candidatos a respeito da mobilidade urbana, ONG cria peça polêmica e partidos acionam a Justiça
Com o argumento de provocar os candidatos a respeito da mobilidade urbana, ONG cria peça polêmica e partidos acionam a Justiça
Meio & Mensagem
15 de agosto de 2014 - 4h51
Um cartaz unindo a presidente Dilma Rousseff e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin – ambos candidatos à reeleição – vem causando surpresa aos moradores da capital paulista. A peça publicitária traz as frases “A espera acabou. Até o final de 2014 a extensão do metrô de São Paulo vai dobrar”, assinada com a hasthag #JuntosPelaMobilidade e #JuntosPorVocê.
Estampado em cem pontos de ônibus de São Paulo, a peça causou estranheza não só pela promessa irreal, mas pela união de dois políticos membros de partidos opositores. Na quinta-feira, 14, um dia depois da instalação dos cartazes, o Greenpeace Brasil assumiu a autoria da ação, dizendo que a intenção era provocar as autoridades em relação à questão da mobilidade urbana.
“A provocação realizada pelo Greenpeace Brasil tem o objetivo de pressionar os candidatos a assumir verdadeiro compromisso com a melhoria do transporte público e com a mobilidade urbana para além das promessas eleitoras”, diz a ONG ambiental, em comunicado publicado no seu site oficial. O Greenpeace Brasil também argumenta que decidiu fazer a campanha provocativa ao constatar que a maior parte das promessas feitas pelos governos federal e estadual em relação ao transporte público e modalidade urbana não foram cumpridas. Assista ao vídeo abaixo no qual o Greenpeace Brasil explica a elaboração da campanha:
Partidos descontentes
Unir duas figuras antagônicas da política nacional não agradou aos partidos envolvidos. De acordo com matéria publicada pela Folha de S.Paulo, o PSDB, partido de Geraldo Alckmin, considera acionar o Tribunal Regional Eleitoral para acusar o Greenpeace de crime eleitoral por usar a imagem do candidato e o logo do governo estadual. A ação também desagradou ao PT, que revelou já ter acionado a justiça contra a ONG.
Em sua defesa, o Greenpeace Brasil diz, na nota do site, que pretendia revelar os objetivos da campanha e assumir a autoria dos cartazes na quarta-feira, 13. Mas, devido a comoção nacional pela morte do candidato Eduardo Campos, a ONG decidiu adiar a assinatura do protesto para quinta-feira, 14.
A Ótima, companhia que administra os pontos de ônibus da cidade de São Paulo, declarou à Folha de S.Paulo que o Greenpeace violou seus painéis publicitários durante a madrugada e que isso se caracteriza como uma ação criminosa. A empresa de mídia informou ao Meio&Mensagem que as peças já foram removidas.
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