Streaming e IA: o que significa a greve dos atores de Hollywood?
Atores reivindicam melhores salários frente a ascensão das gigantes do streaming, bem como informações mais detalhadas sobre condições de uso da inteligência artificial em produções
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Meio & Mensagem
14 de julho de 2023 - 11h19
Atores de Hollywood estão em greve desde a madrugada desta sexta-feira, 14, após a interrupção de negociações com estúdios e serviços de streaming. Entre as discussões, está a dificuldade de criar contratos que estejam em consonância com o cenário ascendente dos serviços de streaming e com a inteligência artificial.
O SAG-AFTRA, maior sindicato do mercado estadunidense, que representa 160 mil atores, junta-se ao Writers Guild of America (WGA). Os roteiristas estão em greve desde maio. A paralisação foi autorizada pelo conselho nacional dos Estados Unidos. Os envolvidos não poderão mais participar de divulgações de seus projetos até o final da greve.
Os atores reivindicam aumentos de salário em um momento em que empresas de mídia, entretenimento e plataformas de streaming trabalham em prol do aumento de lucratividade e corte de custos. A Disney, por exemplo, demitiu funcionários nos últimos meses.
Na contramão, a Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP), associação que defende as companhias apontou que foram oferecidos os maiores aumentos percentuais nos níveis de salário mínimo em 35 anos, bem como crescimento em pensões e planos de saúde e 76% em resíduos estrangeiros pagos por produções de streaming. As informações são da Reuters.
À CNBC, o CEO da Disney, Bob Iger, apontou que os sindicatos de roteiristas e atores tinham “expectativas irrealistas”. O executivo citou os efeitos colaterais de paralisação de produções, bem como o cenário de recuperação que a indústria ainda enfrenta em relação à pandemia e os desafios que as empresas vêm enfrentando. A própria Disney demitiu funcionários nos últimos meses.
No que diz respeito à tecnologia, ainda existem incertezas sobre como a inteligência artificial poderá ser aplicada no contexto das produções de cinema e televisão. Os atores temem que seu trabalho seja substituído pela IA. Há ainda questões de ética e regulamentação envolvidas, como direitos de uso de imagem e os desdobramentos da tecnologia na indústria do entretenimento.
Atualmente, contratos contam com cláusulas que permitem uso de imagem perpétua pelos estúdios. Além disso, não há explicações claras sobre como a posse das imagens pode ser utilizada – como, por exemplo, editadas com o uso da IA.
Ainda que envolva uma campanha publicitária, a discussão do tema no Brasil voltou à tona com o comercial da Volkswagen que recriou a imagem de Elis Regina com a IA. A peça criada pela AlmapBBDO será julgada pelo Conar. O órgão aborda a falta de ética no uso de ferramentas tecnológicas e irá analisar “os principais de respeitabilidade, no caso o respeito à personalidade e existência da artista, e veracidade”.
Ainda no Brasil, Bruna Marquezine demonstrou apoio e aderência à greve dos atores de Hollywood. A atriz faz parte do elenco do novo filme da DC, Besouro Azul.
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