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?Mercado não valoriza roteiros?, diz Carvalho

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Mídia

?Mercado não valoriza roteiros?, diz Carvalho

Com 30 anos de carreira, o roteirista José Carvalho funda a escola Roteiraria, direcionada aos produtores de conteúdo de agências e empresas


15 de março de 2016 - 5h24

Pode parecer que não, mas os filmes Bruna Surfistinha, Castelo Rá-Tim-Bum e Faroeste Caboclo têm um ponto em comum: os roteiros foram escritos por José Carvalho.

Há 30 anos na área, o profissional agora se prepara para abrir uma escola para a formação de roteiristas e storytellers, a Roteiraria. O lançamento será na segunda-feira, 28, em São Paulo.

As aulas são direcionadas aos profissionais de agências, de produtoras e do mundo corporativo. “O roteiro é uma peça aglutinadora que carrega toda a cadeia produtiva, e, por isso, tem uma enorme responsabilidade para o sucesso do projeto”, afirma Carvalho. “Mas, infelizmente, nosso mercado ainda não vê a importância do roteiro dessa forma”, completa.

Nesta entrevista, o roteirista fala sobre as deficiências na formação dos profissionais do mercado e dos diferenciais da Escola Roteiraria.

Qual é a importância do roteiro para uma obra de qualidade?
O roteiro é a peça que carrega toda a cadeia produtiva, e, por isso, tem uma enorme responsabilidade para o sucesso do projeto. Mas, infelizmente, o nosso mercado ainda não vê essa importância porque opera com baixos riscos e financiamento público. Basta ver o quanto dos nossos orçamentos é destinado aos roteiros. Apesar do talento dos nossos profissionais, há uma aposta que só o processo criativo, o gênio criativo, resolve. Atuamos, quase na totalidade, na base do empirismo, o que é insuficiente para se alavancar uma indústria sólida.

O conteúdo já é considerado rei, mas o que ainda falta para sua valorização?
Exige mobilização de toda a comunidade audiovisual brasileira. É um erro achar que o "problema" dos roteiros se encerra na má formação, ou na deficiência, dos nossos roteiristas, quando, do outro lado do balcão, há despreparo. Os que escolhem projetos nas produtoras, nos editais do governo, nas emissoras de TV, os nossos diretores adotam um critério quase emocional na hora de julgar se estão diante de um bom ou mau roteiro. Então, não somos só nós, roteiristas, os leitores, pareceristas, analistas, também têm um longo dever de casa a ser feito.

Quais serão os diferenciais da escola?
O objetivo da Escola Roteiraria é fazer a ponte entre os dois mundos, o acadêmico e o mercado. Há uma modalidade de curso, por exemplo, que, ao final, os alunos-roteiristas apresentarão seus conteúdos ao mercado. A O2 Filmes e a Gullane já são parceiras. Estamos buscando consolidar uma participação do grupo Globo e de outras parceiras potenciais. Para participar, os interessados devem enviar um argumento (de longa) para cinema ou TV ou um roteiro escrito (curta ou longa), para o site da escola
 

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