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Netflix cresce 26% e nega modelo publicitário

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Netflix cresce 26% e nega modelo publicitário

No balanço do 2º trimestre, cresceu número de inscritos internacionalmente na plataforma, que afastou especulações sobre veiculação de anúncios


18 de julho de 2019 - 12h20

Aclamada pelo público, Stranger Things contou com ações de product placement (Crédito: Reprodução)

Por Garett Sloane, do AdAge**

Nesta quarta-feira, 17, a Netflix divulgou o balanço de seus resultados do segundo trimestre de 2019. Além de apresentar os números, a companhia se esforçou para afastar as especulações de que adotaria algum modelo publicitário. A gigante do streaming reportou receita de US$ 4,9 bilhões no segundo trimestre, com crescimento de 26% ao ano.

“Nós, assim como a HBO, não temos anúncios”, afirmou a empresa em comunicado aos acionistas. “Isso continua sendo uma parte importante da nossa proposta de marca. Quando vocês lerem rumores de que vamos começar a vender publicidade, estejam confiantes de que isso é falso. Nós acreditamos em tornar a marca mais valiosa a longo prazo nos mantendo fora da competição pela receita publicitária e focando na disputa pela satisfação do usuário.”

Enquanto isso, a base de inscritos da Netflix nos Estados Unidos apresentou suave queda no trimestre. As assinaturas nos EUA se mantiveram em 60 milhões, uma queda 126 mil em relação ao balanço anterior. Já os assinantes mundiais cresceram 22% no período, chegando à casa dos 151,6 milhões. O crescimento mundial de novos inscritos foi de 2,7 milhões, número inferior aos 5 milhões esperados pela companhia em abril. Nas horas seguintes a divulgação do relatório, o preço das ações da companhia na Nasdaq caiu 12%, fechando o dia em US$ 319.

Durante anos, houve especulações de que um dia a Netflix iria inserir anúncios em programas aclamados pelo público como Stranger Things e Black Mirror. Com frequência, ações de product placement são inseridas nas séries, como o papel proeminente da Coca-Cola na terceira temporada de Stranger Things. Apesar disso, a plataforma não adota o modelo tradicional de comerciais.

De acordo com um estudo recente da Hub Entertainment Research, a Netflix poderia perder 23% dos seus inscritos, caso adotasse o modelo publicitário. A possível queda nos usuários pode ser um dos motivos para a ansiedade da empresa em negar os boatos sobre anúncios.

A Netflix está inserida no competitivo mercado de vídeo, não só contra a Amazon Prime Video, HBO e o aguardado Disney+, que não possuem anúncios, mas também com plataformas que utilizam publicidade sob demanda como Hulu, Facebook, YouTube e outros. No momento em que a Netflix pode estar alcançando seu ponto de saturação com os inscritos, a companhia terá a necessidade de encontrar novas áreas de crescimento e publicidade seria uma opção óbvia.

Nesse sentido, a companhia tem dado sinais contraditórios. Em janeiro, o CEO Reed Hastings elogiou o potencial de product placement durante a apresentação do relatório do quarto trimestre. O executivo segurou caixas de cereais da Kellogg e Quaker durante o vídeo de apresentação, se referindo à forma como as marcas foram apresentadas durante o filme Bandersnatch, da franquia Black Mirror. Na cena, os usuários podiam decidir qual cereal o personagem iria comer. Ao mesmo tempo, a marca frequentemente afirma que não é paga pela aparição dos produtos.

Em uma vídeo chamada com os investidores na quarta-feira, Hastings abordou o product placement como futura fonte de renda para a plataforma. Ele afirmou que a parceria com anunciantes é apenas uma opção adicional para o motor principal do crescimento da empresa. “O que nos queremos fazer é manter a máquina funcionando, manter a estratégia inscritos funcionando e não se distrair com fontes de renda alternativas que não acrescentam”, afirmou Hastings.

Ted Sarandos, fundador da Netflix, acrescentou que a enxurrada de produtos na última temporada de Stranger Things não foi sobre dinheiro, mas sim sobre criatividade, relacionando que as marcas eram um aceno para o período em que a série se passa. “Pense em todas essas parcerias como personagens”, disse Sarandos. “Lembre-se que a série acontece em 1985, essa foi a época em que os grandes sucessos de bilheteria estavam cheios de product placement”.

*Crédito da foto no topo: Reprodução 

**Colaborou Anthony Crupi. Tradução: Taís Farias

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