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Mídia

Quem paga pelo conteúdo da TV

Operadores e programadores buscam modelo que permita reter audiência mais dispersa e fragmentada


31 de julho de 2012 - 6h57

Ampliação das redes e diversificação das ofertas são as principais estratégias de operadores e programadores de TV por assinatura para continuar a crescer num ambiente – o da indústria da mídia – em rápida e intensa transformação. A discussão sobre como novas tecnologias e formas de entregar o conteúdo estão sendo absorvidas pelo setor deu o tom do segundo painel da tarde desta terça-feira, 31, no congresso da Associação Brasileira de TV por Assinatura – ABTA 2012, que se realiza até quinta-feira, 2, em São Paulo.

“Temos de olhar de fora para dentro e descobrir o que está movimentando o mercado de mídia”, apontou Andrew Blau, sócio da consultoria GBN/ Monitor Group, ao listar cinco tendências que estão mudando o ambiente da mídia tal como o conhecemos. São elas:

– Onipresença: a mídia está em todo lugar, em casa, nos meios de transporte e no bolso do consumidor. “Qualquer display que puder ser usado como mídia, será”, aposta Blau;

– Ruído: tudo virou mídia e ela está presente todo o tempo, ampliando enormemente a competição pelo tempo e pela atenção das pessoas, e também por seu dinheiro;

– Inversão: o público quer assistir o que seus amigos e conhecidos recomendam através das redes sociais e não o que o programador quer lhe empurrar;

– Fragmentação: o número de provedores de conteúdo (profissional e amador) aumenta, diluindo a audiência;

– Reorganização: quem paga e quem recebe? Marcas estão produzindo seu próprio conteúdo e criando suas próprias mídias, sem pagar nada aos veículos tradicionais.

Apesar da farta oferta de conteúdo de todo tipo, o que as pessoas mais buscam ainda é o profissional, principalmente de vídeo, lembrou o diretor geral da Discovery Networks no Brasil, Fernando Medin. Para se contrapor à fragmentação da audiência, a estratégia da programadora é estar presente em várias plataformas de distribuição.

Mas essa opção tem seus riscos. “Não dá para ficar fazendo teste com distribuição de conteúdo grátis, porque aí mata o modelo da indústria, que é pago”, alfinetou o presidente da Net Serviços, José Felix, ao criticar a oferta livre de programas dos canais via internet.

Expansão

No Brasil, embora os players tenham as tendências apontadas por Blau em vista, a preocupação mais imediata parece ser mesmo aproveitar as oportunidades que se abrem com o crescimento do mercado interno e a nova legislação do setor, incluindo a liberação de novas licenças para instalação de redes de cabo em cidades que ainda não dispõe do serviço.

“A Oi passou por mudanças importantes nos últimos dois anos e nossa estratégia agora é reconquistar os clientes de alto valor”, afirmou o vice-presidente de marketing da operadora, Eduardo Aspesi, ao adiantar que a Oi está testando modelos de IPTV com base na experiência da Portugal Telecom (acionista da empresa).

Já a Blue Interactive prefere se concentrar nas cidades médias, com diferencial da oferta de conteúdo local e da agilidade na prestação de serviços e na solução de problemas. O objetivo, segundo Silvia de Jesus, executiva da empresa, é chegar a 40 cidades no prazo de três anos. “Temos no Brasil uma TV aberta de qualidade, com sinal digital e em HD, e isso ainda vai sustentar a audiência do meio por muito tempo. Mas a TV por assinatura vem crescendo e já existe uma tendência de maior distribuição desta audiência”, avalia.

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