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Mídia

Rosane Svartman: entretenimento e conexão com a atualidade

Depois de escrever Vai na Fé, novela com recorde comercial da Globo na faixa das 19h, autora estreia a comédia musical Vicky e a Musa


24 de agosto de 2023 - 6h10

Rosane Svartman

Rosane Svartman: “Eu acho que um produto audiovisual sempre tem que ter um diálogo, uma conexão com um momento histórico-cultural, com a atualidade, com o espírito da sua época” (Crédito: Divulgação/ Globo)

Chegou ao fim, na TV Globo, a novela Vai na Fé, escrita por Rosane Svartman. A trama se tornou o maior faturamento da Globo na faixa das 19h, superando Cheias de Charme, exibida em 2012. Ao todo, foram 15 patrocinadores e 60 ações ao longo da produção. A novela também conquistou o público.

No Globoplay, Vai na Fé já ganhou o posto de mais assistida entre as novelas das 19h e é o segundo conteúdo mais assistido atrás apenas de Todas as Flores na plataforma de streaming. Mas, enquanto Vai na Fé acabava, a Globo divulgou um novo trabalho de Rosane Svartman. Dessa vez, voltado para o público infantojuvenil.

Trata-se de Vicky e a Musa, comédia musical  lançada no Globoplay no último sábado, 19. Em entrevista ao Meio & Mensagem, a autora fala sobre a criação do projeto e os desafios de produzir para essa faixa etária.

Meio & Mensagem – Como foi o processo de criação de Vicky e a Musa?

Rosane Svartman – O Gloob estava procurando um conteúdo musical, e o Globoplay, um conteúdo para esse público, então surgiu a ideia de juntar essas duas demandas e fazer um conteúdo que fosse para esse público e, ao mesmo tempo, fosse um musical. Para mim é muito interessante porque é justamente o que eu estudei no doutorado, o conteúdo que desliza entre plataformas e como ele se transforma ou não em cada uma. No caso de ‘Vicky e a Musa’ temos toda uma trilha de jovens adultos no Globoplay. Quando for exibido no Gloob, vai ter uma trilha infantil, que também só será exibido no Gloob. Mas a história principal dos adolescentes estará da mesma forma no Gloob e no Globoplay.  Além disso, do ponto de vista artístico, vamos lembrar que ‘Vicky e a Musa’ foi escrita durante a pandemia, foi um momento de celebrar a arte, que é o que nos faz humanos. É uma série que celebra não só artistas, mas também quem assiste e essa arte nos ajuda a refletir sobre nossas vidas. Durante a pandemia, escrever essa série foi uma alegria. Eu acho que se alguém me falar ‘olha, eu assisti a essa série com um sorriso no rosto’, eu já vou falar que valeu a pena. E não é por ser uma série escapista, mas por ser uma série que traz alegria, traz arte, e através da arte falamos de vários conflitos dos personagens, com um pouco de drama, mas muita risada, humor, alegria, música e arte.

M&M – Quais são os desafios e especificidades de produzir conteúdo para o público infantojuvenil?

Rosane – Acho que o maior desafio de fazer conteúdo para esse público é não ser depositário, é não olhar de cima, ser horizontal, ter escuta, pesquisar e fazer do conteúdo um diálogo. Também, claro, nesse diálogo, ficar atento ao que mudou, o que é da nossa época, desse momento histórico-cultural, e o que permanece; quais são os ritos de passagem que permanecem. Esse jogo sempre existe num conteúdo infanto-juvenil.

Rosane Svartman

Euterpe (Bel Lima) e Vicky (Cecilia Chancez), em Vicky e a Musa (Crédito: Camila Maia/ Globo)

M&M – Você escreve novelas, um formato que fala com todos os públicos. Pensando nisso, qual a importância de ter atrações que também sejam dedicadas a públicos específicos, como o infantojuvenil?

Rosane – Para mim é quase uma obviedade a importância de conteúdos brasileiros para esse público. Não é só construção de plateia, mas é construção da nossa identidade. E quanto mais plural forem os pontos de vista desse conteúdo, melhor. Eu acho que é de extrema importância, não só no que diz respeito ao fomento, mas também a proeminência desse conteúdo para os nossos canais e plataformas. Eu acho que a gente, ainda criança, aprende a valorizar a nossa cultura, a nossa arte é o que nos faz também brasileiros. Eu recentemente dirigi o filme “Pluft, o Fantasminha” porque foi uma obra que eu nunca esqueci e que fez diferença na minha infância. E é uma história que fala do medo do que é diferente, como o afeto ajuda a gente a vencer o medo e que também fala de coragem, amizade… Isso eu levo comigo e agradeço a Maria Clara Machado. Eu fico sempre muito emocionada de poder trazer cultura brasileira e de, principalmente, trazer histórias para esse público infantojuvenil e eu acho que é assim também numa plataforma como Globoplay e depois o canal Gloob que vão poder atingir ainda mais pessoas, mais famílias e mais crianças. Por isso é importante essa convergência de telas e mídias, que possibilita ter o conteúdo infantojuvenil em todos os lugares.

M&M – Como os hábitos digitais e o comportamento online impactam a concepção de produtos audiovisuais?

Rosane – Eu acho que um produto audiovisual sempre tem que ter um diálogo, uma conexão com um momento histórico-cultural, com a atualidade, com o espírito da sua época. Não dá para negar que os hábitos digitais e comportamento online são extremamente importantes, então eu levo isso em consideração. Primeiro que eu sou uma criatura que tem o hábito digital, eu estou online, estou nas redes sociais, então eu acabo levando isso para as minhas histórias, porque faz parte da minha experiência e da minha trajetória. E mesmo com toda a pesquisa e com toda escuta e com todos os nossos parceiros de qualquer obra audiovisual, o que faz parte da minha experiência, acaba entrando no conteúdo. Mas mais do que isso, eu acho que é importante também, de forma consciente, pensar a estratégia desse conteúdo nas diversas plataformas interativas. Eu acho que esse ecossistema midiático é muito importante para a gente pensar qualquer conteúdo hoje.

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