Como a suspensão do X afeta o social listening?
Sem X, marcas perdem referência no monitoramento de campanhas e dos assuntos que geram engajamento em tempo real
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Thaís Monteiro
10 de setembro de 2024 - 6h01
No final de agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu a suspensão do X no Brasil após descumprimento de ordens judiciais. Com o bloqueio do X no Brasil, os anunciantes e veículos de mídia perdem importante referência de assuntos quentes e um balizador de engajamento para a comunicação de marcas e divulgação de conteúdo.
A qualidade de acesso à informação em tempo real se tornou o diferencial do X. Informações recentes eram privilegiadas, como na função Trending Topics, onde eram elencados assuntos mais falados naquele momento.
“Podemos classificar o Twitter/X como a principal ferramenta para análises de social listening”, avalia o gerente de insights da Stilingue by Blip, Menedjan Morgado. A Stilingue by Blip é uma empresa que faz monitoramentos em redes sociais, entre outras pesquisas e insights. Segundo o executivo, a API da plataforma permite a coleta de dados públicos mais ampla para análises, além da plataforma apresentar maior volume de conteúdo. Mantida a suspensão, o segmento espera mudança significativa nas análises e relatórios atuais.
Assim, para agências e marcas, o bloqueio significa perda de ferramenta de monitoramento de números e feedback essencial para ações e campanhas de diferentes objetivos, sobretudo durante eventos ao vivo, como programas televisivos, jogos e festivais, o que permite ajustes de rota. “Reduz a capacidade de gerar picos de atenção de forma imediata”, afirma o vice-presidente de conteúdo e inovação da DM9, Cleber Paradela.
Além disso, as marcas deixam de ter um canal que gera grandes números em termos de engajamento. “Sem essa referência, as marcas perdem fonte valiosa de insights sobre a percepção pública e terão que confiar em métricas menos diretas de engajamento”, acrescenta o executivo.
A partir disso, a Stilingue by Blip afirma que expandirá sua coleta de dados para outras redes sociais a fim de diversificar a análise. Um exemplo é o Threads, que foi integrado aos produtos. “Não se trata apenas da quantidade de usuários ou conversas, mas de como as marcas conseguem analisar e medir suas estratégias. Afinal, é isso que permite que as marcas entrem no jogo e criem estratégias incríveis para as redes sociais”, diz Morgado.
A empresa, inclusive, divulgou nessa segunda-feira, 9, o primeiro relatório de monitoramento de redes sociais sem o X. A Stilingue by Blip avaliou a repercussão do primeiro jogo da NFL no Brasil, considerando os dados do Bluesky.
No universo publicitário, Paradela afirma que as marcas devem recorrer às redes emergentes, mas também ampliar testes de formatos instantâneos e de interação em redes já consolidadas.
Assim, entre Threads e Bluesky, a Meta tende a levar a melhor. A diretora de business intelligence do A-Lab do Grupo Dreamers, Renata Campos, diz que a integração automática com o Instagram e com o gerenciador de anúncios da Meta atrai a presença das marcas. “As marcas presentes no Bluesky são as que já eram muito ativas no X, com linguagem super nativa da rede, e que têm a comunicação bem mais solta”, diz. Nenhuma das duas redes têm formatos de anúncios até o momento.
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