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Opinião

Colaboração e maior integração entre dispositivos

Na busca por uma melhor conectividade Google e outras gigantes da tecnologia estão mostrando não só funcionalidades pontuais, como a integração entre eles para uma melhor usabilidade


6 de março de 2023 - 10h58

Google sempre surpreendendo.

Quem participou da edição de 2022 do Mobile World Congress, deve lembrar que já no ano passado fomos impactados por um hall de experiências da gigante da tecnologia mostrando não só funcionalidades pontuais de seus novos dispositivos e sistemas operacionais, como também a integração entre eles para uma melhor usabilidade.

Esse movimento também veio marcado por mudanças importantes no mercado, como o fato da Samsung ter trocado o sistema operacional dos relógios inteligentes da linha Galaxy de um S.O. proprietário para utilizar a versão da Google – Wear OS.

Quais efeitos práticos essa mudança tem para nós?

Como primeiro ponto, a adoção do novo sistema abre portas para que os usuários dos relógios possam acessar a larga base de aplicativos disponíveis no ecossistema da Google. Também traz mais liberdade para usuários do Android não ficarem tão presos à fabricante coreana. Mas no meu ponto de vista, o mais importante é a inserção desses dispositivos neste novo ambiente que propõe uma experiência melhor para dispositivos integrados.

Como usuário do ecossistema Apple — computador, tablet, celular e relógio — vejo de forma excepcional essa evolução da Google. Para mim, até o surgimento do Better Together havia uma barreira de migração muito grande devido à produtividade e usabilidade que meus dispositivos Apple integrados oferecem. Por exemplo, hoje posso iniciar a leitura de uma notícia no celular e com um clique passar a leitura para meu notebook. Se recebo um e-mail com um boleto, copio no notebook e automaticamente já está disponível para colar no aplicativo do banco no meu telefone.

Também não preciso mais me preocupar em desbloquear computador e celular. Se estou usando meu relógio, só de estar próximo, já libera meus dispositivos. E não para por aí. Se esqueço meu celular em casa ou preciso deixar ele carregando conectado na tomada, posso atender ligações dos meus outros dispositivos.

É isso que a Google vem trazendo para o ecossistema que integra o Android, sistema operacional móvel mais utilizado no mundo, o Chrome, navegador mais utilizado e o Chrome OS, sistema operacional que começa a ganhar muitos adeptos, especialmente em ambientes educacionais, com uma proposta segura e com baixo requisito de hardware.

Diversidade de hardware e componentes é um desafio

Para quem trabalha com tecnologia fica evidente que diferente da Apple, que desenvolve o software e o hardware (ainda com poucas variações de componentes), a gigante da tecnologia possui um grande desafio pelo fato da diversidade de hardware e componentes do ambiente que ela está inserida.

É muito interessante explorar ao vivo durante um evento como o MWC essas experiências de integração/compartilhamento entre dispositivos, expandindo dos smartphones e relógios, para integração com porta-retratos digitais, lâmpadas, cafeteiras etc. Em uma das experiências, por exemplo, a automação residencial identifica que os smartphones integrados já não estão no ambiente e automaticamente desliga as luzes para reduzir o consumo energético.

Apesar de não ser tão popular quanto outras inovações, e por isso não ganhar tanto destaque no evento, o Better Together está fincando bandeira no mercado corporativo, trazendo tecnologias que permitem um aumento de produtividade e uma experiência mais fluida na troca entre os diferentes dispositivos utilizados no dia a dia profissional.

Vendo outras ações da Google na área do Android, no MWC23, me atreveria a expandir o conceito, pois vejo que não são só os dispositivos que funcionam melhor junto, mas também a integração de grandes players vem trazendo benefícios para as pessoas e para o planeta.

Junto das experiências do Better Together, também podemos ver exemplos de cooperação de operadores e fabricantes se comprometendo com ações ambientais. Como exemplo, a Samsung utilizou garrafas pet recicladas para diversas partes dos seus celulares. Também, em parceria com Android, Orange e Vodafone promovem ações de sustentabilidade, incluindo recondicionamento, retorno no final do ciclo de vida, reciclagem e reparo de dispositivos.

Ainda na ideia sustentável, fiquei muito impressionado positivamente com a ação da Nokia HMD, que está incluindo no desenvolvimento de seus produtos a preocupação com a durabilidade e a reparabilidade. Como resultado disso, já temos os novos dispositivos criados de forma a permitir e facilitar o reparo, inclusive com uma parceria sensacional com a iFixit – empresa americana que além da revenda de peças e kits de ferramentas, oferece manuais para que os próprios consumidores possam realizar o reparo dos seus dispositivos. No caso dos novos dispositivos da Nokia, na eventual necessidade de troca de uma peça, o usuário pode acessar a iFixIt comprar a peça e já ter acesso ao manual de como realizar o reparo.

Em breve, no meu último artigo da série deste ano, volto a falar sobre outras novidades e trazer insights do que vi durante o evento. Até lá!

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