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MWC

As possibilidades geradas pelo metaverso industrial

Empresas de tecnologia analisam ganhos em eficiência em diferentes frentes a partir da utilização de plantas fabris no metaverso


27 de fevereiro de 2024 - 16h28

Mesmo que o hype do metaverso do consumidor tenha passado, os benefícios ligados ao metaverso industrial já podem ser sentidos na tecnologia e em outros setores. A previsão é que, a partir de impulsos como gêmeos digitais, realidade aumentada e estendida, esse mercado atinja o montante de US$ 100 bilhões até 2030. A área ganha ainda mais força à medida que a indústria debate pontos como 5G, 5G Advanced e 6G.

Metaverso -MWC

Meta e outras empresas falaram sobre como o metaverso pode ser aplicado em diferentes indústrias (Crédito: Caio Fulgêncio)

Ainda que a aplicabilidade se modifique, em essência, metaversos industriais podem ser considerados universos de convergência entre a representação virtual e o mundo real. A partir dessa conexão, torna-se possível realizar testes, treinar times e simular novas soluções, além de permitir a colaboração e compartilhamento de conhecimento, causando, dessa forma, um impacto externo e físico.

“É a evolução natural do espaço do consumidor. Não faria nenhum sentido se não expandíssemos para a indústria”, disse Ingrid Cotores, vice-presidente de engenharia de tecnologia para dispositivos da Meta, em painel do MWC nesta terça-feira, 27. “É sobre como todos nós vamos nos conectar na próxima internet”, comentou a executiva se referindo ao 5G.

Metaverso na prática

Soma Velayutham, líder global de desenvolvimento para telecoms na Nvidia, citou duas grandes aplicações do metaverso. Na área de design industrial, é possível eliminar gasto excessivo de materiais a partir de ambientes virtuais fidedignos aos reais. Desse modo, o benefício é uma realidade na fabricação de automóvel, exemplificou.

“No design físico, quando algo dá errado, é preciso voltar e criar tudo novamente. Então, o metaverso ajuda a diminuir desperdícios de insumos”, falou Velayutham.

Além disso, segundo o executivo, outra aplicabilidade pode impulsionar o próprio avanço da inteligência artificial, por exemplo, em carros autodirigidos ou conduzidos por robôs. Por representar o mundo físico, cria-se a capacidade de treinar essas tecnologias no metaverso e, dessa forma, produzir resultados mais rápidos.

Ingrid reiterou os ganhos em termos de colaboração de profissionais, independentemente das limitações geográficas e com mais agilidade. “Podemos encontrar problemas, fazer diagnósticos e achar soluções de maneira mais rápida, e impulsionar a sustentabilidade”, acrescentou.

Já na área de educação, ela mencionou novas oportunidades imersivas, o que pode resultar em experiências mais eficientes de aprendizado. A Meta, por exemplo, em parceria com o California Fire Department, fornece treinamentos aos bombeiros para situações extremas, como de incêndios florestais, no metaverso.

“Então, o profissional consegue fazer o treinamento em ambiente seguro, mas entendendo os procedimentos do que precisa acontecer e de como reagir. Com isso, gostamos de pensar que não só trazemos eficiência no espaço de treinamento, mas também salvamos vidas”, exemplificou.

Outras aplicações

De acordo com a head de estratégia para indústrias de manufatura na Dassault Systèmes, Anissa Bellini, o metaverso também amplia as capacidades de previsão de acontecimentos, como catástrofes ambientais. Assim, um dos cases da companhia é o trabalho realizado no interior do Japão, em que houve a construção do modelo de uma cidade inteira idêntico à realidade.

Com base nos detalhes do solo, nível das construções, condições climáticas e todas as outras características, as autoridades puderam entender as enchentes do local. “E, com isso, dá para identificar o que realmente ajuda os habitantes a escapar desse problema”, comentou.

Outro exemplo, falou a head de estratégia, foi a construção de um modelo de um coração humano, iniciado há 10 anos. Hoje, por meio de gêmeo virtual (representação digital de algo real), cientistas conseguem estudar os tipos de doenças existentes em um paciente e preparar uma cirurgia, reduzindo os riscos em relação à complexidade.

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