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NRF

Arianna Huffington e como o varejo pode ser menos estressante

Executiva alertou sobre o perigo do estresse cumulativo, enquanto as CEOs da The Honest Company e Signet Jewelers dividiram suas próprias estratégias


16 de janeiro de 2024 - 19h46

Arianna Huffington

Em 2019, fundadora do The Huffington Post esteve no Brasil (Crédito: Denise Tadei)

“Eu amei o tema do evento, ‘Make it Matter’. E por isso que estamos aqui. Primeiro, porque o varejo importa. Mas também porque o varejo é muito estressante”. Essa foi uma das primeiras frases da empreendedora e fundadora da consultoria de bem-estar Thrive Global, Arianna Huffington. Arianna liderava o The Huffington Post, em 2007, quando durante uma crise de burnout apagou em sua mesa e fraturou a mandíbula.

De lá para cá, Huffington se tornou uma embaixadora da saúde mental no ambiente organizacional e passou por uma série de eventos e países falando sobre o tema. O bem-estar também se tornou a fonte do seu negócio. A Thrive Global se apresenta como uma empresa de tecnologia de mudança de comportamento. Entre os clientes, estão Microsoft, P&G, Paramount, Accenture, Pfizer.

“Não posso prometer a ninguém uma existência livre de estresse, mas posso prometer que você pode interromper o ciclo de estresse e, assim, ele não se tornará cumulativo. Porque o grande problema é o estresse cumulativo”.

Na sequência, ela lembrou de sua própria experiência. “Experimentei isso quando colapsei de exaustão, privação de sono e burnout, com a mão na minha mandíbula quebrada. Aquele foi o início da minha realização de que estresse e burnout são epidemias globais e não um problema pessoal meu”, apontou Huffington. Mas a executiva enxerga um caminho positivo no mercado.

Segundo ela, as companhias estariam começando a perceber que o bem-estar é um multiplicador da produtividade e que pessoas mentalmente recarregadas são mais criativas.

Propósito no varejo

Mas, para municiar o varejo do que seriam esses disparados de bem-estar, Huffington e a NRF apostaram em uma outra estratégia: o propósito. O evento destacou duas executivas que lideram negócios focados em impacto e suas estratégias pessoais de bem-estar.

Carla Vernón ocupou cargos executivos na Amazon e foi presidente da divisão de alimentos naturais e orgânicos da General Mills. Em janeiro do ano passado, ela se tornou a primeira CEO afro-latina de uma empresa de capital aberto nos Estados Unidos com a The Honest Company, empresa fundada por Jessica Alba, de produtos de bem de consumo e cosméticos com fórmulas naturais. Já Gina Drosos foi presidente de grupo da Procter & Gammble, onde permaneceu por mais de 20 anos, e CEO da farmacêutica Assurex Health. Hoje, ela lidera Signet Jewelers, uma das principais varejistas de joias com diamantes dos Estados Unidos.

“Existem alguns dias que precisam ser sagrados”, afirmou Drosos citando, por exemplo, o aniversário dos filhos. Mas isso se aplicaria também a outras tarefas de gerenciamento de tempo, como limitar o número de reuniões agendadas. “Você precisa de tempo hábil para poder espontaneamente ligar para alguém”, defende. Ela também defende que o uso de dados e uma estrutura tecnológica madura ajuda a criar uma força de trabalho mais feliz.

Vernón, por sua vez, defende a importância de estabelecer novos padrões para a indústria. “É sobre elevar os padrões continuamente para que os nossos consumidores possam se sentir confiantes de que os produtos que eles levam para casa têm alto padrão e que nós vamos continuar melhorando à medida que as coisas evoluem”, afirmou a CEO da The Honest Company.

Ela acrescentou: “Nosso trabalho é sobre ser um pouco como a história de Davi e Golias. Nós podemos ser uma companhia pequena, mas promover a mudança de padrões que podem gerar impactos maiores”.

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