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Opinião

No oceano da publicidade, PR ainda é peixe beta

Com a proposta de trazer à tona importantes temas da atualidade, Cannes ainda é um oceano onde relações públicas nada contra a corrente


12 de julho de 2018 - 17h33

Crédito: Eduardo Lopes

Uma festa para celebrar a criatividade e dar luz à importância da comunicação em todos os níveis e tipos de negócios globais. A proposta do Cannes Lions é reunir e enaltecer aqueles que estão por trás das grandes campanhas de marcas e serviços ao redor do mundo. Com uma programação extensa, cheia de celebridades e uma proposta quase crível de trazer à tona importantes temas da atualidade, o festival ainda é um oceano onde o PR nada contra a corrente.

Ainda que as relações públicas e seu importante papel venham ganhando cada vez mais destaque, o evento segue claramente dominado pela publicidade e suas ideias criadas  para grandes marcas e grandes budgets. O PR entra como um mero coadjuvante, um peixe beta correndo para acompanhar os colegas tubarões. Isso fica claro não apenas na premiação em si, mas, principalmente, nas palestras, com um line-up predominantemente voltado aos criativos e pouco espaço para debater os desafios e vitórias do segmento.

Muito se fala sobre as formas, as ideias, os caminhos criativos e as tecnologias que estão e vão seguir transformando esse universo. Mas quase nada entra no mérito do conteúdo, na importância de um trabalho coeso e conexo entre as diversas agências e departamentos. Lisa Jedan, global head of PR & corporate communications da Bacardi-Martini, reforçou que somente um trabalho integrado pode dar resultados para os negócios. As agências de publicidade já perceberam há alguns anos a importância do PR e vice-versa. Mas é preciso que a organização do festival entenda que, para dar a devida valorização às relações públicas, é fundamental reconhecer agências que têm o segmento em seu DNA

Durante o painel de discussão com o júri de PR, o discurso da integração permaneceu. O desejo da banca de ver mais trabalhos de países de fora da Europa e dos Estados Unidos, também. Mas, como estimular agências de PR a participar de uma premiação na qual, por enquanto, apenas os grandes leões da publicidade têm vez (incluindo praticamente a totalidade das short lists de PR, notadamente dominadas por tradicionais agências de publicidade)? É louvável a iniciativa de um renomado festival, referência global, em dar luz ao trabalho de relações públicas, mas ainda é preciso abrir as comportas para permitir que outros peixes possam nadar nesse oceano.

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