O dilema do momento nas empresas
Cenário atual do “fazer mais com menos” não deve colocar em campos opostos a contingência de despesas e a criatividade
Cenário atual do “fazer mais com menos” não deve colocar em campos opostos a contingência de despesas e a criatividade
No meu último artigo conversei com vocês sobre o valor do tempo. Lembra-se que o tempo que perdemos para implantar um novo projeto é dinheiro perdido? Desta vez, quero falar de outro tema que também vale “dinheiro”. E a regra é: não podemos deixar de lado a oportunidade que a crise nos proporciona de sermos melhores, queimando massa cinzenta para fazer mais com menos.
Converso diariamente com vários executivos, amigos ou não, que assim como eu, estão fazendo o exercício recorrente de passar um pente fino em seus custos para encontrar um ponto de equilíbrio melhor na equação Brasil dos dias de hoje: receitas pressionadas e custos crescentes.
Vamos desmistificar o clichê. Eu tenho provocado nossos diretores e gerentes gerais aqui na Blue Tree, a aproveitar a turbulência para pensar fora da caixa, inclusive nos pequenos detalhes. Exemplo: vamos reduzir o tamanho dos sabonetes ou usar o de glicerina, que é melhor para a saúde e mais econômico? Qual a temperatura padrão configurada para os quartos? Menos de 20° C aumenta o consumo de força no equipamento central e não é confortável no inverno. Trocar xícaras por canecas é mais moderno, atual e reduz a lavagem de louças. Até que ponto estamos pensando que de grão em grão (e criativamente) encheremos o papo?
Me preocupa muito a doce tentação de cortar custos por cortar, sem inteligência e sem medir consequências. Grandes contratos são um oásis nos números, mas e as soluções? E os talentos? E a produtividade? Nos colocamos no lugar dos clientes no final? É o ponto dos “Custos Invisíveis” que o Oscar Motomura, do Amana-Key, nos adverte tão sabiamente. Recentemente ele me presenteou com uma caixa de baralho. Cada carta tem um texto de alerta e cuidados com estes custos invisíveis. Tem sido extremamente útil!
No início do século passado, quando um grande hoteleiro americano resolveu colocar telefones individuais nos apartamentos de seu hotel, diziam que o famoso restaurante da unidade ia acabar. Loucura? Não, criou um novo serviço.
Ao longo dos meus mais de 30 anos de hotelaria, vivi tantas crises e momentos turbulentos, e a lição que eu aprendi é que estes momentos sempre nos tornam mais fortes de um jeito ou de outro. E você, o que tem pensado de diferente em seu negócio?
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