E se o Cannes Lions premiasse as melhores parcerias do ano?
Num mundo em que a criatividade virou moeda valiosa, colaborações bem construídas se tornaram a força motriz da inovação
E se o Cannes Lions premiasse as melhores parcerias do ano?
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Se o Cannes Lions tivesse uma categoria chamada “Melhores Parcerias do Ano”, eu já teria minhas favoritas na ponta da língua. E não por acaso: num mundo em que a criatividade virou moeda valiosa, colaborações bem construídas se tornaram a força motriz da inovação. Hoje, mais do que uma tendência, parcerias se consolidaram como uma verdadeira estratégia de negócios.
Veja o caso da Sprite e Approve. A collab com o universo urbano bateu recordes de vendas e abriu espaço para um novo diálogo entre marcas de bebidas e o streetwear. Foi uma campanha entre mundos criativos distintos, que brilhou nas passarelas e nas redes sociais.
No fim de 2024, a Tramontina se uniu à Ziraldo Artes Produções para homenagear o legado do multiartista Ziraldo, que faleceu em abril daquele ano. A parceria marcou o início de uma nova fase de licenciamento dos icônicos personagens do autor. O pontapé foi dado com um filme de Natal estrelando a famosa panela do Menino Maluquinho, que resgatou a memória afetiva e celebrou a cultura brasileira. E tem mais por vir: no dia 12 de junho, será lançada a primeira linha de produtos oficiais na Bienal do Livro do Rio de Janeiro.
Outro grande acerto vem da beleza: a parceria entre Carmed e Oakberry transformou o hidratante labial em sabor de açaí, co-criado com a comunidade. Quando as marcas entendem que podem crescer mais rápido — e com mais propósito — somando forças e ativos, as fronteiras da inovação se expandem.
Temos, no Brasil, um talento nato para criar parcerias. A recém-lançada colaboração entre Havaianas e Dolce & Gabbana, em junho de 2025, é mais uma prova disso. A coleção exclusiva uniu o lifestyle brasileiro às estampas clássicas da grife italiana — e esgotou em menos de 48 horas. Os modelos, vendidos a partir de R$ 349,99, misturavam estampas de leopardo, zebra, maiólicas e o tradicional carreto siciliano, com tiras de veludo, pins perolados e logo metálico da Dolce.
A nova economia criativa exige menos competição e mais colaboração. O futuro pertence a quem sabe unir repertórios, talentos e propósitos.
Se Cannes criasse essa tal categoria de Melhores Parcerias, com certeza teríamos muitos brasileiros no palco. E mais: perceberíamos que, num mundo saturado de ruído, ainda há espaço para quem sabe construir pontes.
Afinal, como sempre digo: 1 + 1 é maior que 2.
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