Edição histórica
Caboré 2025 iguala dois recordes que marcam a premiação na última década: ascensão de mulheres líderes e valorização da renovação do mercado
Principal reconhecimento para profissionais e empresas da indústria de comunicação, marketing e mídia, o Caboré é sempre um evento marcante, especialmente para os indicados e vencedores, para os quais atua como impulsionador ou, até mesmo, elemento transformador de trajetórias.
Entretanto, em algumas edições, marcos históricos são atingidos e demonstram a intenção do mercado, representado pelo expressivo contingente de votantes, formado por assinantes de Meio & Mensagem que lideram companhias atuantes em todos os segmentos.
Foi o que aconteceu na noite de 3 de dezembro, quando os resultados auditados pela PwC e revelados no palco do Vibra São Paulo igualaram recordes das duas tendências mais fortes observadas no prêmio na última década.
A mais perceptível delas é a valorização de mulheres na liderança. Em 2025, elas venceram sete das oito categorias profissionais, total que até hoje somente havia sido alcançado em 2021. Além disso, duas das seis empresas ganhadoras neste ano são comandadas por empresárias ou executivas: Prime Video e Anonymous Content Brazil.
Um breve retrospecto histórico evidencia a mudança vivenciada pelo mercado brasileiro na questão da equidade de gênero — em muitos ambientes, ainda uma utopia, apesar dos relevantes avanços na média da indústria.
Nos últimos dez anos, as mulheres ganharam 64% dos troféus do Caboré destinados a profissionais. Nos dez primeiros anos do prêmio, lançado em 1980, esse índice foi de 16%, com quase todas as pioneiras sendo eleitas na mesma categoria, a de profissional de pesquisa, que, com a evolução do prêmio, foi incorporada à área de atendimento e planejamento — posteriormente dividida e hoje chamadas de atendimento e negócios e de estratégia.
Nas décadas seguintes, as mulheres conquistaram espaços, mas somente nos últimos anos conseguiram destaque na categoria mais masculina da história do Caboré, a de dirigente da indústria de comunicação. Nesse ambiente, a edição de 2025 também é histórica por ter premiado a terceira mulher nessa área: Gabriela Onofre, CEO do Publicis Groupe no Brasil, que é a primeira atuante no mercado de agências. As outras duas já premiadas foram Patricia Muratori, diretora do YouTube na América Latina, no ano passado, e Fiamma Zarife, em 2020, quando era diretora geral do Twitter — atualmente, ela é diretora-geral do Airbnb na América do Sul.
O segundo recorde que marca o Caboré 2025 é o da renovação da indústria. Dos 14 ganhadores, 12 profissionais e empresas nunca tinham conquistado a coruja, algo que havia ocorrido somente uma vez até hoje, em 2022. As ganhadoras que já tinham o cobiçado troféu na estante são duas empresas que vêm registrando performances acima da média, como a própria votação dos assinantes reconhece: AlmapBBDO e Eletromidia.
Outro caso que mescla desempenho notável, trajetória empresarial de sucesso e contribuições determinantes para o fortalecimento da indústria nacional é o da Globo, que recebeu um Caboré especial pelos seus 100 anos de história. Foi a primeira vez que uma empresa recebeu essa homenagem, feita anteriormente somente outras cinco vezes a líderes empresariais.
Mais uma vez, o Caboré cumpriu sua finalidade de homenagear contribuições relevantes para o avanço do mercado, destacando profissionais e empresas que contribuem para a comunicação mercadológica capaz de influenciar positivamente o desempenho de grandes marcas e, assim, impactar o consumo e os hábitos do público.
Na última década, acompanhando a evolução da indústria, adicionou os desafios de contemplar a equidade de gêneros e a pluralidade, algo difícil em um prêmio seleto por natureza. Pelas respostas dos assinantes, dadas através dos votos aos vencedores de 2025, esses aspectos foram novamente observado, apesar da desaceleração do tema da diversidade e inclusão nas agendas de muitas companhias.