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Opinião

O medo é seu e você faz o que quiser com ele

Ser pioneiro é difícil, é complexo, gera insegurança, mas também é desafiador, estimulante e extremamente enriquecedor e, mais do que isso, é condição de sobrevivência hoje em dia


11 de julho de 2016 - 13h25

Foto: Reprodução

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Todos sabemos o quão complexo é viver no Brasil atualmente e trabalhar no nosso mercado de comunicação e marketing. Que estamos em meio a uma fase de transição, migrando de uma realidade one way para uma relação de interação mútua, de multiplicidade de papéis, de sermos emissores e receptores, e também meio, tudo ao mesmo tempo e “agora”.

E é exatamente este agora que mais preocupa, que gera frustrações, inseguranças e medos. Esta ansiedade ou, sendo mais específico, este imediatismo nada mais é do que fruto da forma como fomos educados e, no aspecto profissional, da forma como aprendemos a trabalhar.

Fomos criados em uma realidade capitalista que já possuía um modelo único de trabalho, onde você deveria estudar (primário, ginásio, colegial, faculdade e talvez uma pós-graduação) e então estaríamos 100% preparados para nos dedicar totalmente ao mercado de trabalho e aplicar todo o conhecimento que adquirimos nos bancos acadêmicos da vida por 15 anos.

Entretanto, o nascimento de uma tal de “internet” catalisou uma nova realidade, a realidade digital, e possibilitou que uma nova geração inteira pudesse questionar este status quo por não buscar as mesmas coisas, por não buscar uma felicidade baseada em resultados, mas sim uma realização advinda da satisfação de fazer o que gosta, de ver o impacto do que ela faz no mundo, e não apenas no bottom line de um cliente.

E nós, nascidos, criados, educados e formados num modelo anterior ao que esta geração propõe, nos pegamos questionando nossa capacidade de mudar, de fazer diferente do que sempre fazemos. “Mas eu não aprendi esta fórmula!”… “Mas qual é a receita deste bolo?”, são questionamentos habitualmente ouvidos pelas mesas de almoço, starbucks e happy hours.

O que nós, nascidos e criados num modelo 100% offline, precisamos entender e assimilar, é que não existe mais um “como” pré-definido, não existe um caminho pavimentado para seguirmos em frente, e sim, uma enorme oportunidade: agregarmos a experiência e a maturidade que possuímos à inquietude desta geração questionadora, e criarmos um novo modelo, pavimentarmos um novo caminho.

E, sim, ser pioneiro é difícil, é complexo, dá medo e insegurança, mas também é desafiador, estimulante e extremamente enriquecedor e, mais do que isso, é condição de sobrevivência hoje em dia.

Como bem disse a querida Ana Leme (The Talent Business) recentemente, em uma palestra do Grupo de Atendimento, temos que voltar a ser questionadores, a perguntar e, obviamente, também aprender a ouvir as respostas que nos serão apresentadas, interpretando e refletindo sobre elas, afinal aí está o nosso diferencial, a nossa magia – e da qual nos distanciamos e muito nos últimos anos: estudar as relações entre pessoas, decodificá-las e utilizá-las inteligentemente com o objetivo de gerar resultados positivos para as marcas com as quais trabalhamos e para as agências nas quais atuamos.

Num mundo onde estamos conectados todo o tempo e a informação é abundante, temos todo o insumo necessário (dados, dados, dados) para fazermos perguntas e aprendermos com as respostas. Acredito que somente com esta clareza do por quê e para quê existimos, pessoal e profissionalmente, conseguiremos reconquistar nosso espaço na cadeia alimentar de comunicação e marketing, o papel de parceiro estratégico, de voltarmos a ser quem realmente pode ajudar uma marca a encontrar soluções criativas, inovadoras, que se conectem com seus públicos e, principalmente, eficientes para os objetivos a que se propõem.

Então, meus caros, que nossos medos não sejam maiores do que nossa vontade de continuar em frente, que nossas inseguranças não sejam maiores do que nossa coragem em tentar, mesmo sem sabermos se vai dar certo, porque afinal de contas, só acerta quem tenta, erra, corrige, tenta de novo, erra de novo, corrige de novo e, continua tentando até encontrar um caminho que leva à frente.

“De todas as paixões, o medo é aquela que mais desabilita o bom senso” – Jean Retz.

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