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Opinião

Onde os astros de Hollywood se tornam vendedores

Já imaginou ver Tom Cruise, Dwayne Johnson, Bruce Willis e Samuel L. Jackson e muitos outros atuando como verdadeiros vendedores, cheios de storytelling, para transmitir aos participantes da CinemaCon seu orgulho, dificuldades, entusiasmo e até o medo de participar das filmagens e interpretar os papéis?


3 de maio de 2018 - 15h45

Crédito: tataks/iStock

Uma vez por ano, a indústria de cinema se reúne no Caesars Palace, hotel de luxo em Las Vegas, para o evento de negócios mais importante desse mercado – a CinemaCon. Durante cinco dias, os principais blockbusters, como são conhecidos os filmes de grande bilheteria, que estão por vir são apresentados de forma bem peculiar.

Os pilares de sustentação do negócio cinema estão apoiados em produtores, estúdios e distribuidores de um lado e do outro ficam exibidores (redes de cinema) e todos os seus fornecedores. É nessa convenção que toda essa turma se encontra.

As salas de cinema e o público nas poltronas seguem crescendo dois dígitos mundo afora todos os anos, inclusive no Brasil, apesar dos avanços do streaming. A importância do lançamento bem-sucedido de um filme na “janela” cinema determina a longevidade de seu ciclo de vida: é dali que sai o retorno do investimento e o interesse pelo consumo posterior em Pay TV, VOD e DVD. Ou seja, filmes com grandes bilheterias performam melhor nos demais canais de mídia do que aqueles com baixa procura em cinemas. Isso mesmo, quanto mais gente assiste, mais gente quer assistir.

Os corredores da feira transpiraram otimismo com os próximos passos da indústria do cinema. Números superlativos da bilheteria em 2017 nas telas de Digital Signage espalhadas por todo o lado indicavam uma tendência de utilização dessa mídia dentro dos complexos cada vez maiores. Executivos graúdos dos grandes estúdios distribuíam sorrisos entre uma reunião e outra e havia muita correria para todos se acomodarem no The Colosseum, auditório principal do hotel em que as majors (maiores estúdios) apresentam seus portfólios de lançamentos para os próximos anos. Em clima de competição, cada estúdio abusa da criatividade, com trailers chocantes e seus prováveis budgets gordos para impressionar.

Nesses 10 anos trabalhando com mídia, entretenimento e esportes, pude acompanhar – e até mesmo executar – muitas estratégias de lançamento de produtos. Elas tinham a ambição de despertar paixão nas pessoas, desde a criação de uma logomarca simpática, até vídeos cheios de carga emocional e mascotes amigáveis, mas nada comparado ao que Hollywood é capaz de fazer. O The Colosseum se transforma em uma verdadeira arena de espetáculos, cheia de surpresas (até a Cher apareceu para dar uma palhinha este ano!) e efeitos especiais, em que os astros das telonas vão pessoalmente apresentar seus trabalhos e tentar convencer executivos e donos de grandes redes de cinema do mundo todo a veicular seus filmes na maior quantidade de salas possíveis.

Na prática, o que estão fazendo ali é usar todo o seu charme, tecnologia e breathtaking power para criar marcas de sucesso ou fortalecer as já existentes. E essa fórmula costuma dar certo, pois foi assim que conseguiram, em 2017, fazer com que o oitavo capítulo da franquia Velozes & Furiosos fosse a maior bilheteria da série e, no Brasil, o maior filme do ano. Fiquei tentando lembrar qual produto de consumo convencional teve seu ápice na oitava geração, mas não me lembrei de nenhum. Você se lembra de algum?

Já imaginou ver Tom Cruise, Dwayne Johnson, Bruce Willis, Samuel L. Jackson, Bradley Cooper, John Cena, Ryan Gosling, Hugh Jackman, Kevin Hart, Charlize Theron, Jane Fonda, Diane Keaton e muitos outros astros atuando como verdadeiros vendedores, cheios de storytelling, para transmitir aos presentes seu orgulho, dificuldades, entusiasmo e até o medo de participar das filmagens e interpretar os papéis?

É curioso comparar a desenvoltura dos atores e das atrizes ao desempenharem esse papel ao vivo. É ali que “super-heróis” gaguejam, musas se sentem inseguras e vilões maldosos ficam bonzinhos. A pressão é grande.

É mesmo um privilégio ver tudo isso de perto e entender com detalhes porque mais de 190 milhões de pessoas só no Brasil comprarão bilhetes para ver seus ídolos nas telonas em 2018.

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