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Opinião

Think Tanks americanas e o desconforto do ChatGPT

Ainda não sabemos o impacto desta nova tecnologia no mercado, nem em quanto tempo cada setor terá que lidar com transformações envolvendo regulamentações, e erros e acertos de novos processos


10 de março de 2023 - 6h00

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Ainda não sabemos o impacto desta nova tecnologia no mercado, nem em quanto tempo cada setor terá que lidar com transformações envolvendo regulamentações, e erros e acertos de novos processos (Crédito: Shutterstock)

É muito importante a realização de pesquisas sobre os assuntos que estão na pauta do nosso dia a dia. Talvez não tenhamos ainda Think Tanks brasileiras com orçamento para este tema, mas seria interessante saber qual é a opinião dos brasileiros a respeitos dos assuntos urgentes em nossa pauta, como o ChatGPT.

O Pew Research Center é uma Think Tank norte-americana especializada em pesquisas de opinião. Seu objetivo é apresentar um recorte da sociedade americana. No dia 20 de fevereiro de 2023, ela publicou um artigo muito interessante sobre uma pesquisa a respeito da Inteligência Artificial e o assunto saúde.

A pesquisa conclui que há um significativo desconforto entre os americanos com a ideia de a IA ser usada em seus próprios cuidados de saúde.

Numa pesquisa realizada com 11 mil adultos norte-americanos, 60% dizem que se sentiriam desconfortáveis se seu próprio médico dependesse de IA para diagnosticar doenças e/ou recomendar tratamentos; e uma parcela menor (39%) revela se sentir confortável com isso.
Do total, 38% dizem que a IA sendo usada para fazer coisas como diagnosticar doenças e recomendar tratamentos levaria a melhores resultados de saúde. Por exemplo, a maioria diz que gostaria que a detecção de câncer de pele baseada em IA por acreditar que essa tecnologia melhoraria a precisão dos diagnósticos. Para 33%, entretanto, dizem que levaria a resultados piores e 27% dizem que não faria muita diferença.

Há ainda outros aspectos identificados nesta pesquisa.Os norte-americanos nos dizem que existe uma grande preocupação com o impacto da IA na conexão pessoal entre um paciente e o profissional de saúde: 57% dizem que o uso de inteligência artificial no diagnóstico/recomendação de tratamentos pioraria a relação paciente-profissional. Apenas 13% dizem que seria melhor.

Mas, entre os que dizem ter ouvido falar muito sobre inteligência artificial, 50% se sentem confortáveis com o uso de IA no próprio cuidado com a saúde; uma parcela igual diz que se sente desconfortável com isso. Em comparação, a maioria daqueles que ouviram pouco (63%) ou nada (70%) sobre IA dizem que se sentiriam desconfortáveis com o uso de IA. Ou seja, sempre tememos mais o que desconhecemos. Porém, vale salientar que tudo ainda é muito novo em relação ao ChatGPT, e o tema “erros médicos” também é avaliado.

Sobre este tema, as opiniões ainda estão divididas. Parte do público está otimista sobre o impacto potencial da IA nos erros médicos. 40% dos norte-americanos dizem que a IA reduziria o número de erros cometidos pelos profissionais de saúde, enquanto 27% acham que o uso da IA levaria a mais erros, e 31% dizem que não haveria muita diferença.

Bastante curiosas essas estatísticas a respeito do ChatGPT. É importante saber a opinião dos norte-americanos sobre fato tão importante quanto ao avanço deste aplicativo.

Aqui no Brasil, não temos nenhuma pesquisa publicada ainda. Mas quando o assunto é comunicação, observamos recentemente nas redes sociais, muitas reações. Daquilo que captamos nas redes, na opinião destes profissionais, a IA vai tirar o trabalho de centenas ou milhares de redatores, ilustradores, revisores etc.

É inegável que a IA ocupará espaços de tarefas repetitivas ou exercidas em grande volume. De certa forma, já estamos vivendo isso no marketing, por trás de respostas que recebemos do SAC no WhatsApp, nos textos que recomendam produtos ou serviços, na emulação da presença de um vendedor num processo de compra e outros. Mas, a originalidade, a criatividade, a curadoria seguirá sendo o motor desta indústria e depende não só de dados coletados, mas de vieses e capacidades humanos.

Ainda não sabemos o impacto desta nova tecnologia no mercado como um todo, nem em quanto tempo cada setor terá que lidar com estas transformações envolvendo regulamentações, e erros e acertos de novos processos.

Por isso, seria muito bom para todos nós uma Think Tank com este foco aqui no Brasil. Bom para saber quem somos neste cenário de rápida transformação, como pensamos, o que esperamos do mercado e do futuro.

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