Você contrataria a Mildred Hayes?
O filme Three Billboards Outside Ebbing, Missouri é praticamente uma ode à mídia out-of-home
O filme Three Billboards Outside Ebbing, Missouri é praticamente uma ode à mídia out-of-home
16 de fevereiro de 2018 - 10h43
Vencedor de quatro prêmios no Globo de Ouro, incluindo Melhor Filme Drama, e sete indicações ao Oscar, o filme Three Billboards Outside Ebbing, Missouri é praticamente uma ode à mídia out-of-home. Sempre vi e ainda vejo todos nós, profissionais da categoria, orgulhosos quando uma peça de OOH aparece com destaque em outros meios, neste caso o cinema. O que gera um sentimento de reafirmação, valorização da atividade e motivação.
E nesse quesito, o filme Three Billboards Outside Ebbing, Missouri foi genial, seja pelo papel protagonista da mídia ou pelos sentimentos que ela desperta nos personagens e em toda a cidade de Ebbing. Entretanto, mais do que enaltecer o brilhantismo do filme, quero chamar a atenção para os personagens e como eles podem discorrer na nossa vida.
Mildred Hayes (Frances McDormand) poderia ser você, eu ou qualquer agência disposta a quebrar o status quo estabelecido no mercado que baseia a construção de cenários futuros no histórico do passado. Longe de querer mudar o rumo, reafirma a posição cada vez que tem uma chance. Cansada de não obter respostas sobre o assassinato de sua filha, Mildred compra três anúncios sequenciais em outdoors na estrada para questionar o trabalho da polícia. Para mim, simplesmente genial.
Bill Willoughby (Woody Harrelson) é o xerife da cidade ou, em nosso mercado, poderia ser o anunciante que sabe que deve fazer algo novo, mas ao mesmo tempo não dispõe de muitos recursos nem tempo para criar uma estratégia de longo prazo e que ele possa dar sequência.
Jason Dixon (Sam Rockwell) é um dos policiais que investiga a morte da filha de Mildred. Em nosso mercado, poderia ser o profissional tradicional que está sempre fazendo o mesmo, certo ou não, mas que tem funcionado até agora, e que provavelmente não tem motivação nenhuma de repensar seu comportamento nem relações atuais.
Os demais personagens são as condições do mercado, alguns jogam ao nosso favor, criando as situações adequadas e dando apoio a ideias e iniciativas por vezes descabeladas, e outros que não apoiam ou compartilham a nossa visão do futuro.
E logicamente os três outdoors, que de forma simples e direta comunicam a todos que o nosso mercado, aquele sobre o qual aprendemos nas universidades e escolas de negócios, não é mais o mesmo e que devemos encarar os problemas com fontes bold e fundo vermelho.
Com esses quatro elementos, o diretor do filme, Martin McDonagh, consegue criar uma obra que caracteriza o drama humano de viver entre o individualismo e o coletivo, o inconformismo e a estabilidade e as batalhas que acontecem entre eles.
A nossa vida não é um filme, por isso nós somos um pouco de todos, mas acredito que devemos ser cada vez mais os três outdoors e começar a enfrentar a realidade que temos pela frente. A pergunta que fica é: você contrataria a Mildred Hayes para planejar sua próxima campanha ou decidimos pelo caminho?
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