15 de março de 2022 - 14h54
(Crédito: iStock)
Bom, para dizer a verdade, quase tudo hoje está passando pela sua maior transformação na história. Peguei conteúdo, mas poderia ter pego outro setor qualquer, que o título aí acima caberia igual.
Seja como for, para a indústria do entretenimento, publishing e mídia, o conteúdo é e será o nome do jogo sempre. Ocorre que quando o conteúdo muda, várias outras indústrias, simultaneamente, mudam com ele. Inclusive algumas que não são nativas e, historicamente, de conteúdo por origem.
Quer ver?
Temos, hoje, como grandes players do mundo do conteúdo digital online uma locadora de fitas VHS, um e-commerce de livros, um fabricante de computadores e, fora da curva, uma empresa, essa sim, de entretenimento. Mais recentemente, no âmbito das transmissões ao vivo, notadamente esportivas, o tal fabricante de computadores e a maior rede social do mundo, também resolveram jogar esse jogo. Isso para obviamente não falarmos do maior serviço de busca da internet, que tem o maior conjunto de canais de conteúdos digitais do planeta.
No mundo dos games, a mais poderosa indústria do entretenimento, temos um fabricante de software no terceiro lugar do ranking.
(Dando nomes aos bois, pela ordem de citação, para quem não matou a charada, Netflix, Amazon, Apple, Disney, Microsoft, Facebook e Google).
Por que afinal essas, que são as maiores companhias do mundo capitalista e porque, sendo elas empresas de setores tão diversos na origem, migraram para essa indústria, de resto tão antiga quanto o primeiro jornal ou a primeira revista da história? Anabolizada por uma outra atividade, a propaganda, que todos (eu inclusive) dizem que está passando por um momento de grande questionamento?
A resposta, em verdade, é simples: será sempre o conteúdo o centro de toda a atenção e a própria razão de ser da indústria do entretenimento e da mídia. Conteúdo agrega audiência como nenhuma outra atividade e tudo que qualquer indústria precisa é de audiências comprando seus produtos. Conteúdo atrai usuários e anaboliza vendas de cadeias e mais cadeias de outras indústrias. Não é que o conteúdo é rei, como muitas vezes já ouvimos por aí. O conteúdo é rei, rainha e todo o jogo de xadrez inteiro. Sem ele, o mundo e os negócios seriam de uma pobreza sem fim.
Duas das mais recentes notícias nesse universo, só para ilustrar.
A Apple começou a entrar no mundo das transmissões esportivas ao vivo, lançando há alguns dias seu canal exclusivo de basquete nos EUA, com eventos semanais. Só para registro, a Apple investe US$ 7 bi por ano em conteúdo e fatura uns US $200 bi com isso.
A Microsoft comprou recentemente por US $68,7 bi a Activision Blizzard, tornando-se o terceiro maior fabricante de games do mundo. Lembrando que eles têm seus consoles para distribuir esse conteúdo dentro de sua própria plataforma de negócios.
Tudo isso configura, como comentei, a maior transformação da história do conteúdo.
A briga no streaming vai continuar. Os investimentos em eventos ao vivo vão crescer. As verbas de marketing para o setor vão engordar. Enfim, essa transformação só vai se expandir, ficar mais complexa e se aprofundar.
Eba! Só sentar no sofá e assistir.