Pyr Marcondes
17 de fevereiro de 2017 - 23h11
Bom, querer nem sempre é poder. Kraft Heinz, a companhia resultante da fusão das duas empresas estampadas no nome, fusão comandada por Jorge Paulo Lemann e seu grupo 3G, fez, mas não conseguiu ser bem sucedida, naquilo que no linguajar do mundo financeiro se chama de um takeover, neste caso de nada menos do que a Unilever.
Takeover é a tentativa ou efetivação de compra da maioria ou totalidade das ações de uma determinada companhia. Foi isso que o mais rico brasileiro e o mais rico dos norte-americanos tentaram fazer. Ainda não conseguiram, porque os acionistas majoritários consideraram que a oferta feita depreciaria o valor da companhia. Ambos são sócios na Kraft Heinz.
A informação é do Financial Times.
Comprar a Unilever parece algo meio bizarro, já que a companhia é um ícone da história do consumo mundial de todos os tempos. Um monstro. No bom sentido.
Mas Lemann já comprou outros ícones e outros monstros. A Budweiser e toda a companhia mãe, a Anheuser Busch; comprou o Burger King; Heinz, Kraft, Tim Hortons e SAB Miller. Montou a InBev, maior companhia de cervejas do mundo e controla hoje 50% da indústria internacional da bebida.
Esse conjunto da obra gerou o quinto maior conglomerado do mundo hoje.
Caso a compra ou uma eventual hipótese de fusão acontecesse (não se descarta a hipótese de que venha a acontecer), teria sido gerado o maior negócio da história em todos os tempos, num valor de US$ 250 bilhões.
A ideia de que seja um brasileiro protagonizando negociações desse porte, diante do País que vivemos, parece erro de dublagem. Uma coisa não sincroniza com a outra.