Você sabe o que é individualidade digital coletiva? É a maior força jamais conhecida de todos os tempos.

Muita coisa está acontecendo pela primeira vez na história, porque nunca antes vivemos uma integração planetária de natureza global como a que vivemos agora. Aqui, um libelo para você pensar sobre isso.

i 20 de julho de 2018 - 7h37

Individualidade digital coletiva é o conceito que explica, ao mesmo tempo:

• A radical individualidade exposta que cada um de nós vive hoje por conta do protagonismo público que temos graças a world wide web (leia com calma cada uma dessas três palavrinhas e pense no que elas querem dizer);

• Aglutina também a invasão indevida da nossa privacidade pelas ferramentas digitais hiper-pervasivas, invasivas e onipresentes;

• Assim como explica, adicionalmente, a globalização coletiva dessa mesma individualidade, já que esse é um fenômeno sócio tecnológico de dimensões internacionais.

Esse conceito se desenvolve assim …

Comecemos pelo fato de que muita coisa nova está acontecendo apenas agora, pela primeira vez na história, com a intensidade e profundidade que ocorre, porque nunca antes vivemos uma integração individual planetária, de natureza global, como a que vivemos hoje.

Esse ambíguo e, concomitantemente, fascinante, fenômeno, vai se expandir e se aprofundar mais e mais, expondo-nos a todos a um limite ainda desconhecido de vulnerabilidade, por um lado, e inimaginável poder, por outro.

Vulnerabilidade pelos motivos óbvios do processo tecnológico digital de rede em si. Veja as redes sociais e as fake news.

Poder porque, juntos como jamais pudemos estar, temos hoje uma força de transformação coletiva nunca antes agrupada e colocada a serviço, potencialmente e em conceito, da nossa própria vontade.

Se querer é poder, e nunca pudemos tanto, o que, afinal, queremos então fazer com tanta força individual coletiva?

Steven Johnson em seu livro “Where good ideas come from”, nos chama a atenção para o fato de que nunca, em nenhum outro momento da história, graças a integração coletiva global da internet, tivemos tantas condições de sermos criativos e resolvermos de forma tão original os problemas que quisermos. Qualquer um.

A Singulairty e a tese de abundância do Diamandis, fundamentada, por sua vez, na lógica da exponencialidade, nos falam a mesma coisa.

Steven Johnson lembra que a disrupção (qualquer uma, em qualquer setor, em qualquer coisa) é resultado de um complexo processo histórico incremental, de um intrincado conjunto de ocorrências e descobertas, que vão se somando e se multiplicando até que, de repente, eles permitem que a Humanidade dê um salto quântico de conhecimento e saber. É assim que nascem os avanços da Ciência (com “c” maiúsculo).

Quer dizer, para nós, parece que aquele fato, aquela descoberta, ocorreu de repente. Só que não. Foi um processo, na verdade, sacou?

Foi o que aconteceu com a “descoberta” da eletricidade. Leia essa história na Wikipedia ou em qualquer outro lugar e você vai ver que nunca houve o tal “Momento Eureka” da eletricidade. Foi a soma de vários avanços de muitos conhecimentos somados em séculos, que resultaram finalmente nas teses de Benjamin Franklin (quer aulinha de escola sobre a descoberta da eletricidade, assista este vídeo do You Tube).

O fato novo é que esse processo se acelera muuuito, quando vivemos em ambientes de trocas coletivas universalizadas.

Então, o ponto aqui é:  nunca houve, até agora, um ambiente tão amplamente permissivo (no bom sentido) para as trocas individuais coletivas como o da internet contemporânea. Nunca houve essa tal individualidade digital coletiva a que me refiro (conceito que acabei de criar aqui e agora :-), como há hoje.

Transformar tudo talvez seja, então, o que devamos fazer com esse poder do qual a história nos investiu.

Sermos coletivamente criativos e globalmente disruptivos, só que na busca de encontramos soluções que coloquem nossas vidas num rumo que, coletivamente, pactuemos como de valor para todos.

Não sei se vamos fazer isso (acho até que nem), mas hoje, como nunca, poderíamos.

Imagine all the people“. Pense nisso. Imagine essa força.

(*) Acho que vou fundar uma religião ….. rarararara!