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10 coisas que você precisa saber para empreender com seu app na china

É preciso ter atenção aos desafios, que são consideráveis, para se alcançar o sucesso no mercado de aplicativos


6 de agosto de 2015 - 9h02

*Por Samir Iásbeck

Com o mercado chinês de smartphones ultrapassando 500 milhões de usuários no início de 2014, o espaço para empreender com aplicativos por lá parece ser um “negócio da China”. Dado o crescimento de linhas de celular e de comércio eletrônico, juntamente com a melhoria da infra-estrutura em todos os sentidos e de forma rápida, a China apresenta uma enorme oportunidade para os empreendedores e desenvolvedores de aplicativos.

É preciso ter atenção aos desafios, que são consideráveis, para se alcançar o sucesso no mercado de aplicativos. Aconselho pensar bem a forma de lançamento e promoção, pois na China existem centenas de lojas de Apps e não é como no resto do mundo onde simplesmente lançamos um App nas lojas da Apple, Google e Windows. Ainda recomendo pensar bem no modelo de monetização que funcionará e será sustentável, pois será necessário superar os desafios técnicos específicos da China, tais como escolher e configurar o “gateway” de pagamentos, controle do Governo e hospedagem do conteúdo.

Por fim, é preciso certificar que seu produto não será facilmente copiado, pois lá existe uma “muralha” que funciona como uma barreira impedindo ou separando apps de sucesso do ocidente para os próprios apps locais. Um exemplo disto é o Whatsapp que é hegemonia no Ocidente, mas na China não, lá é o Wechat.

Pensando em auxiliar novos empreendedores, seguem abaixo 10 fatores importantes a considerar antes de se aventurar no mercado de apps na China:

1 – A Escolha do Sistema Operacional
Graças ao baixo custo de smartphones básicos na China, dois em cada três usuários usam Android. O iOS ainda representa cerca de um terço do total do mercado, mas o Android continuará certamente a dominar a China no futuro, ou pelo menos por um bom tempo. O sistema operacional Windows, da Microsoft, ainda não conseguiu muita tração na China, mas esta crescendo, enquanto o Blackberry e sistemas Symbian da Nokia estão morrendo e não têm relevância. Firefox OS também não é relevante por lá ainda. Nada se compara ao Android, esta é, provavelmente, a melhor escolha.

2 – A fragmentação do mercado de Android e as lojas de Apps
Há, literalmente, centenas de lojas de aplicativos para Android, cada uma com um foco em um nicho específico, demografia ou região geográfica. Compreender o ecossistema Android é complexo e crucial para o lançamento de seu aplicativo na loja certa. Achar que basta enviar seu app a todas ou a maioria delas não é uma opção porque cada loja tem o seu próprio controle de qualidade e processo de aprovação, bem como sistema de faturamento (gateway de pagamento). A melhor estratégia é concentrar-se nas 5 melhores lojas e monitorar seu desempenho em cada uma delas. As lojas independentes de Android mais populares na China incluem AppChina, Anzhi, Gfan, Hiapk, Liqucn, Wandoujia, eoemarket, e 91Market (note que o Google Play não esta nem mesmo entre as top 20).

Além disso, muitas grandes empresas, como a China Mobile (maior operadora de celular), Baidu (top motor de busca), QQ (mensageiro popular), bem como Huawei, Lenovo e Xiaomi têm a sua própria loja.

3 – A velocidade da rede móvel

A velocidade das redes móveis na China ainda fica atrás dos países ocidentais, do Japão ou da Coreia. Se o seu aplicativo possuir gráficos pesados ou exigir muito da transferência de dados, tornando seu carregamento lento, ele provavelmente será abandonado. Se você está considerando portar um aplicativo existente para o mercado chinês, você precisa ter certeza de que ele funcionará suficientemente rápido mesmo com uma rede lenta.

4 – Integração de mídias sociais
Outro desafio da portabilidade do app é a integração com os canais de mídia social locais. Se seu aplicativo não funciona na China ainda e utiliza login com o Facebook ou o Twitter será preciso rever o modo de cadastro e login, pois estas redes não funcionam na China (exceto com uso de VPN). O mesmo vale para os recursos de compartilhamentos dentro do app. Se a mídia social é essencial para o seu app, certifique-se de integrar as plataformas mais populares locais, tais como Sina e/ou Tencent, Weibo, Youku ou WeChat.

5 – Problema de armazenamento em nuvem
Serviços populares de armazenamento em nuvem, como o Dropbox ou Box.net, são muitas vezes demasiado lentos ou inacessíveis na China. Dentre os serviços ocidentais populares, somente Microsoft Onedrive parece ser relativamente estável. Se o armazenamento em nuvem é necessário para a funcionalidade do seu aplicativo, considere usar uma das soluções locais, que embora possam não ser tão rápidas, serão melhores e mais convenientes que as ocidentais.

6 – Sistema de Pagamento (Gateway de Pagamentos)
Embora os chineses ainda sejam muito ressabiados com compras in-app, os gateways de pagamento via celulares estão ganhando impulso. Um dos serviços mais populares é Alipay. Lembre-se que o uso de cartões de crédito na China ainda é muito limitado, pois os usuários parecem ignorar inteiramente a era do cartão de crédito e preferem o dinheiro ao mundo digital, mas isto esta mudando. Outro sistema de pagamento móvel popular com compras in-app funciona diretamente por meio de operadora de celular, como a China Telecom, China Unicom e China Mobile. No entanto, exigem uma integração mais complexa do aplicativo com seu sistema de pagamento, algo que não pode ser feito sem uma empresa experiente, ou parceiro local.

7 – Todas têm seu preço
As lojas de App Chinesas cobram taxas que variam absurdamente e isto, com certeza é algo que deve ser levado em conta ao escolher o Gateway de pagamento mais adequado. O QQ por exemplo, leva até 70% da receita de um app, enquanto a China Unicom tem 30%. Além disso, cada loja tem suas próprias diretrizes e procedimentos, bem como suas próprias taxas de imposto do governo e bancárias. Note-se que o imposto do governo e várias taxas de regulação pode facilmente chegar a até 30% do seu faturamento.

8 – Preocupações com a pirataria
Se seu aplicativo for bem-sucedido não há dúvida de que será copiado. Todos os aplicativos mais populares do mundo têm copycats locais. A parceria com um sócio local que está familiarizado com o ecossistema de loja de aplicativos pode lhe ajudar a remover os copycats das lojas e manter apenas o original, bem como também pode ser um “tiro no pé” e ele mesmo copiar seu app. Por outro lado, se você está simplesmente chegando com um conceito para um app, é uma boa ter como "parceiro" uma empresa local. Portanto, due diligence é primordial na escolha do seu parceiro local.

9 – Modelo de monetização
Aplicativos que se têm que comprar para fazer o Download têm estado em declínio em todo o mundo. Na China, as pessoas estão ainda menos dispostas a pagar por um aplicativo, não importa quão insignificante o preço seria. Isto significa que mais estratégias criativas de rentabilização in-app ou com publicidade devem ser consideradas. Uma delas seria a venda de anúncios. Recentemente, a BBC publicou uma reportagem sobre uma mãe chinesa que desenvolveu um flash card app para seus filhos e que agora está faturando US$ 1.000,00 por mês com anúncios.

Outro modelo é o baseado em compras no aplicativo, as In-App purchases. Fazem mais sentido, pois permitem aos usuários fazer o download gratuitamente para se familiazar com o aplicativo. Uma vez que, esperançosamente, eles começam a gostar do app, eles estariam mais dispostos a pagar por recursos extras. Este modelo funciona bem para jogos e aplicativos de bate-papo.

Finalmente, modelo premium é mais um a considerar: usuário baixa um aplicativo com funcionalidade limitada, mas tem que pagar por recursos mais aprimorados.

10 – Apps para Marcas

Finalmente, há um outro tipo de aplicativo que visa a consolidação de uma marca ou serve como uma ferramenta de marketing complementar, suporte offline ou vendas baseadas na web. Se seu aplicativo não requer sistema de pagamento ou complexa integração com outros serviços, ele pode ser lançado com muito mais facilidade. Além disso, tal app não teria qualquer perigo de ser copiado, pois ele não tem valor por si só, sem a marca por trás dele.

*Samir Iasbeck é CEO e fundador do Qranio

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