CEO da Bandeirantes: “Modelo de medição está equivocado”
Claudio Giordani comenta que a mensuração da audiência precisa ser revisada para contemplar diferentes devices e momentos

Cláudio Giordani é o CEO do Grupo Bandeirantes (Crédito: Divulgação)
CEO do Grupo Bandeirantes, Cláudio Giordani acredita que a medição de audiência precisa ser reinventada para contemplar as formas atuais pelas quais as pessoas consomem o conteúdo na TV e nos meios digitais.
Giordano começou no grupo em 1996 e, antes de ocupar o cargo de CEO, que assumiu no ano passado, foi diretor-geral das afiliadas da Band no Vale do Paraíba, no Rio de Janeiro e no interior de São Paulo.
À frente das operações do grupo, que teve faturamento 78% maior em 2024 do que no ano anterior, Giordani declarou que o ano de 2025 também começou de forma positiva, com 30% de aumento no faturamento em comparação com o primeiro trimestre do ano anterior.
Com a missão de diversificar as fontes de receitas e de se manter de forma ativa na competição pela audiência televisa – o grupo sofreu recentemente a perda da Fórmula 1, um de seus principais ativos, que vai para a Globo a partir de 2026 – o CEO abordou a questão da importância de revisar o atual modelo de medição de audiência.
“Esse é um assunto bastante polêmico”, declarou Giordani, em entrevista ao Meio & Mensagem, no mês passado, cuja íntegra está disponível aos assinantes da publicação.
“Acreditamos que, com essa mudança grande de tecnologia e devices, a medição da audiência precisa ser reinventada. O conteúdo é consumido em diversos devices e momentos. Não se pode dizer, por exemplo, que a audiência do Jornal da Band, um dos principais produtos da casa, possa ser medida somente naquele horário em que é exibido. Vemos esse consumo em diversos horários, plataformas e devices. E é um produto que rentabiliza muito porque o cliente tem um retorno enorme. Os meios de medição precisam se adequar a tudo isso”, pontuou.
O CEO do Grupo Bandeirantes foi questionado pela reportagem a respeito da mudança de distribuição das verbas de publicidade. Pela primeira vez, o relatório do Cenp-Meios apontou que, em 2024, a Internet recebeu mais verbas dos anunciantes do que a televisão aberta.
Na visão de Giordani, esse movimento de mudança das verbas da publicidade está atrelado diretamente à necessidade de uma nova forma de mensurar a audiência.
“O modelo de medição está equivocado. O rádio é consumido em casa, no carro. Não se mede essa audiência no trânsito e é uma audiência gigante, assim como no YouTube. O rádio se reinventou e cresce muito por conta da internet e até das mídias sociais. O rádio, estrategicamente, é um veículo no qual a Band continuará apostando, continuará ampliando esse mercado no País inteiro”, anunciou.
O CEO do grupo também afirmou que considera equivocada a distribuição do bolo publicitário no rádio.
“Não tem essa representatividade de 4% do bolo publicitário (segundo o Cenp-Meios) porque ainda existe informalidade no meio rádio e nem todos declaram exatamente a sua receita. As rádios que sobrevivem com margens melhores nesse ambiente competitivo são as ligadas a grande rede. Quando se associa a uma grande rede, começa a ter custos menores e margens maiores”, declarou.