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Opinião pública agora se faz na internet. Por Indio Brasileiro

Estimulado pelas redes sociais, boicote à novela Babilônia mostra a nova face no processo de formação da opinião pública


6 de abril de 2015 - 12h17

POR INDIO BRASILEIRO, CEO do Grupo IB

A polêmica envolvendo a novela Babilônia, da Rede Globo, nos permite uma série de reflexões sobre o papel da internet e sobre o modo como se dá a disputa pela opinião pública na era digital.

O furacão provocado pela novela começou logo no primeiro capítulo. Em tempo real, enquanto a atração exibia o beijo de duas mulheres da terceira idade, o Facebook era invadido por uma enxurrada de posts sobre o assunto – a favor e contra a cena.
A principal reação veio de políticos religiosos, alguns dias depois, por meio uma nota divulgada pela Frente Parlamentar Evangélica, que recomenda aos fieis o boicote à novela. Pior: pede para que eles não comprem mais produtos de marcas que patrocinam a novela.

“… A Frente Parlamentar Evangélica convoca a todos os evangélicos, todos os cristãos bem como as pessoas que se sentem violentados (sic) por esses constantes estupros morais impostos pela mídia liberal, a não assistirem à novela Babilônia. Da mesma forma, a título de protesto, recomenda que não consumam produtos dos anunciantes que patrocinam esta telenovela”, consta em determinado trecho da nota.

O principal canal usado pelos políticos evangélicos para propagar a campanha foi a internet. E aqui está ponto importante a ser observado.

Ainda que não se possa dizer que a classe política faça um uso estruturado da rede, o que se percebe é que eles começam a tomar consciência da importância das redes sociais na formação da opinião pública. Sabem que, para influenciar os eleitores em qualquer assunto, é preciso mobilizá-los primeiro na internet.

O que devemos observar aqui é menos o assunto (boicote à Babilônia) e mais a forma – ou o meio, se ampliarmos a análise. Assim como os evangélicos usaram a rede para fazer campanha contra a novela, outros usuários se mobilizaram a favor de Babilônia.

Além deste episódio, são inúmeros os demais exemplos de situações em que grupos da sociedade civil – ONGs, empresas, governos, mídia e militantes de toda a ordem – valem-se da internet em suas investidas de convencimento. Mais: em muitos casos, a rede é o centro da estratégia, o polo irradiador das ações.

Isso significa que não apenas o entendimento que se tem a respeito do formador de opinião mudou, mas também o próprio ecossistema da comunicação. Isso tem implicações diretas para agências, marcas e profissionais de comunicação.

É um exemplo prático de que as redes sociais se popularizaram de tal forma que hoje agregam todos os setores da sociedade, o que faz do meio digital um importante laboratório para antecipar ou responder a tendências sociais, culturais, políticas e, claro, de marketing. 

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