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“Senhores publicitários, parem de tentar me vender o que eu não quero comprar!”

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“Senhores publicitários, parem de tentar me vender o que eu não quero comprar!”

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“Senhores publicitários, parem de tentar me vender o que eu não quero comprar!”

"Você só precisar fazer as perguntas certas. E escutar em vez de me empurrar qualquer coisa goela abaixo. Estou cansada e não tolero mais invasões e interrupções."


1 de abril de 2020 - 8h06

 

Por Lana Bella (*)

 

Olá novamente, caro(a) leitor(a) ProXXIma! Quanto tempo, não é mesmo?! Quase uma década passa tão rápido… Oh, não se lembra de mim? Tudo bem, tudo bem. Nunca fomos muito próximos mesmo… Permita-me recomeçar.

Meu nome é Isabela Allan, mas pode me chamar atualmente de Lana Bella. Obrigada. Eu tinha 10 anos quando dei minha primeira entrevista, e foi para a Revista ProXXIma. Ontem (27), completaram duas semanas desde que fiz 20. Quando fui entrevistada, lá em outubro de 2010, a matéria era justamente sobre tecnologia na Geração Z. Agora, volto aqui para ser a voz dessa geração.

(OBS: Essa coisa de voltar da aula de metrô não procede. Eu e a Carol, minha melhor amiga na época, ouvíamos música no iPod dela na escola mesmo. Mas tudo bem, acontece rs).

E você pode estar pensando: “Como uma moça tão jovem conquistou espaço neste tão renomado blog de marketing, negócios, tecnologia, futuro, etc?”.

Pois bem, se você está lendo este artigo pelo LinkedIn, talvez seja capaz de imaginar uma resposta; eu sou a mais nova e talvez única representante da Geração Z ativa, a se posicionar na maior rede profissional do mundo. E também meu queridíssimo “paitrão”Luis Claudio Allan, me apresentou ao Pyr Marcondes desde que retomei a escrita em minha vida, há cerca de 1 ano.

Hey… Você ainda está aí?

Legal! Caso você tenha suportado mais de 888 caracteres de uma pirralha explanando sobre si mesma, me sinto animada de que ainda há esperança para esta nova publicidade em ascensão, que se mostra mais humana, conectada, aberta ao diálogo e a conhecer seu público-alvo a fundo.

Afinal, para quem ainda tem a mentalidade de televisão, rádio e impresso, transmissores de mídia nos quais a participação do consumidor é controlada, pode mesmo ter parecido levar três eternidades, infinitos inteiros para apenas “escutar”. Sem aparentemente estar levando a melhor, aprendendo algo que gere lucro, crescimento, vendas… Veja bem, o título se trata de uma provocação perante a isso mesmo. O que você esperava?

Não sei, mas vamos ao que interessa de qualquer forma. O motivo pelo qual te escrevo agora: te contar o que eu, como Geração Z, de fato quero comprar e como você pode me conquistar para tal. Não necessariamente nessa ordem.

Em 1º lugar, proximidade e escuta

Ironicamente, a primeira mensagem que me proponho a passar na ProXXIma é sobre proximidade em seu sentido de intimidade. E não somente de pouca distância das tendências e inovações, nem em tempo nem em espaço. Logo no início, afirmei sobre “nunca termos sido muito próximos mesmo”. E que tudo bem, estou disposta a recomeçarmos se assim me permitir.

A lição nº 1 é essa: eu, nova geração de consumidores, quero sua atenção genuína, personalizada e intimista. O princípio básico para isso, claro, é a escuta ativa. Muito diferente do que era o mercado até meados de 2000, quando a bolha da internet explodiu e mudou tudo para sempre. Saiba mais nesta matéria da TV Brasil: https://www.youtube.com/watch?v=hCPmIa5gyMY

Estamos na era do usuário-mídia, aquele que detém a liberdade de expressão, em nível global, na palma da mão. Se você deseja tocar, impactar esse indivíduo, não se deve falar para, mas falar com. O esforço parece muito maior, mas se você pensar bem perceberá que agora não precisa mais adivinhar o que se passa na cabeça, no coração de todos nós para me convencer.

Você só precisar fazer as perguntas certas. E escutar ao invés de me empurrar qualquer coisa goela abaixo. Estou cansada e não tolero mais invasões e interrupções. Não à toa dou preferência ao entretenimento sem anúncios. Como Netflix, Spotify e livros, no lugar de TV, rádio, revistas e jornais.

(Ah! Olha só, ler isso aqui já é um excelente exercício e primeiro passo para a escuta e proximidade. Não acha?)

O casamento perfeito: Experiência & Produto

Os conceitos de essencialismo e minimalismo, que promovem um estilo de vida contrário ao consumismo e materialismo, estão cada vez mais conhecidos. Não atrai mais acumular coisas ou ter o mais caro por puro status. Sei que não é a casa própria e o carro do ano que me trarão felicidade. No máximo, segurança, conforto e uma ilusão de estabilidade, liberdade.

[Recomendado: “– Pai, o que você quer ser quando crescer?”, artigo sobre as diferenças de propósito das nossas gerações]

A felicidade é um pouco mais complexa do que algo que o dinheiro pode comprar. É um estado de espírito que nasce de e é nutrido por uma vida recheada de propósito, significado. Não naquele sentido macro de salvar o mundo, mas em microrrealizações diárias.

Então, você não pode me vender um produto e dizer que é felicidade. Entretanto, pode promover experiências alegres. Que, de repente, se tornarão objeto e produto de realização e felicidade. Ou não. Depende do meu humor também, né? Acontece que se estiver ciente disso, posso me frustrar menos e não colocar a culpa em você depois se estiver triste mesmo calçando tênis de marca.

Confira, nesta animação de Steve Cutts, “a história da busca incessante de um roedor por felicidade e realização”:

https://www.youtube.com/watch?v=e9dZQelULDk

Resumindo, a lição nº 2 é: Uma casa ou um carro nunca serão capazes de me fazer feliz. Mas a valorização aos e a gratidão pelos dias com minha família e amigos dentro de tal lar ou visitando outro lugar, sempre. Não dê foco ao produto, dê foco à experiência.

Sustentabilidade, Bem-Estar e Pessoas

O novo SBP: incrível a favor dos humanos, animais, plantas, etc. A favor do mundo, do planeta. Aqui, gostaria de deixar claro que não foi proposital, a sigla surgiu e o trocadilho foi só consequência. Mas sabe o que deve ser objetivo claro da sua empresa, marca, serviço, produto se é que você quer mesmo me vender coisa alguma? O bem-estar da sociedade e da natureza.

Aquele sentido encontrado nas microrrealizações diárias pode ser o básico para me fazer feliz. Mas se ao menos ajudar a salvar o mundo não é uma das macroprioridades na produção, distribuição, promoção e divulgação das coisas que consumo, não é o suficiente.

Declaro então a lição nº 3: ter consciência, sensibilidade e ação humanizada e sustentável é o essencial, o mínimo. Sem isso, não serve. A pirata Raíssa Teles, em palestra no TEDxInsper, afirmou que serviço vem de ser viço, brilho, luz. Toda empresa deve nascer para criar algum produto que satisfaça alguma necessidade do mundo. Sua marca será construída e lembrada pela demanda que você atende.

Portanto, mostre-me a que veio; como a sua existência aprimora a vivência do todo neste planeta que chamamos de Terra? Qual o seu lugar, o seu papel nesta história toda que é um grande teatro com poucos ensaios e muitos improvisos?

Eba! Gratidão por chegar até aqui {}

De verdade, se você chegou até aqui já é sinal de que o princípio básico foi seguido. Criar vínculos e conexões de troca e diálogo, ou seja, relações ganha-ganha. Assim, espero que mais do que um artigo eu tenha te entregado um presente. E que tal experiência tenha ajudado a aprimorar sua vivência. Em prol de um futuro próspero e feliz para a comunicação, publicidade e marketing.

A você, o meu sincero agradecimento. Um grande abraço e até a ProXXIma 😘

(*) Lana Bella é Conteudista e Gestora de Mídias Sociais na FirstCom Comunicação e estudante de Psicologia na Universidade São Francisco

 

 

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