Como será a gestão da Helloo e Neooh nos aeroportos da Aena?
União entre as duas empresas de mídia out-of-home (OOH) começa a operar em cinco aeroportos em julho, incluindo o Aeroporto de Congonhas
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Thaís Monteiro
27 de maio de 2025 - 18h41
Nesta terça-feira, 27, a Aena oficializou a vitória da sociedade formada entre Helloo e Neooh na concorrência pela gestão e comercialização da mídia nos 17 aeroportos operados pela empresa no Brasil. A proposta da dupla, no valor de R$ 1,5 bilhão, foi aprovada pelo conselho adminitrativo na segunda-feira, 26.
Da esquerda para direita: Rafael Saito, CEO da Helloo; Leonardo Chebly, CEO da Neooh; , Milena Mutarelli, especialista de mídia da Aena Brasil; Juan José Sánchez Guinza, diretor comercial da Aena Brasil; e Tiago Mangabeira Albernaz, gerente comercial corporativo na Aena Brasil (Crédito: Divulgação)
A gestão da sociedade começa a partir de 1º. de julho nos aeroportos de Congonhas, Juazeiro do Norte, Aracaju, Montes Claros e Campina Grande. Nos demais aeroportos, a operação terá início quando se finalizarem os contratos que a Aena herdou da época em que essas instalações estavam sob o comando da Infraero. Assim, a implantação dos ativos será gradual.
Os novos contratos dos 17 aeroportos durarão dez anos a partir do início da operação em julho.
Conforme o diretor comercial da Aena no Brasil, Juan José Sánchez, onze empresas foram convidadas a participar da concorrência, inclusive empresas que operam fora do País. A sociedade entre Neooh e Helloo teve como diferencial a proposta de investimento em novos equipamentos e tecnologia.
“A sociedade se qualificou na parte técnica com proposta de valor com investimento de milhões de reais em equipamentos em Congonhas e nos demais 16 aeroportos nos dez anos de contratos. Isso se reflete na proposta ambiciosa que fizeram. A proposta tem investimentos em novos equipamentos, tecnologia e que permite que o passageiro tenha uma relação mais interessante com o anunciante”, explica Sánchez.
As empresas aguardam a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para definir como será dividida a gestão, operação e comercialização dos ativos. Conforme a sociedade, não será necessário ampliar a estrutura para atender todas as praças, uma vez que ambas possuem abrangência nacional.
“A Helloo e a Neooh são, praticamente, do mesmo porte e patamar e os clientes são semelhantes. O foco é melhorar o atendimento com parceiros”, diz o CEO da Helloo, Rafael Saito.
A sociedade não informa como funcionará a divisão de receita e faturamento da venda de mídia nos aeroportos. Segundo apuração da reportagem, a sociedade ficará com 50% da receita gerada pela venda de mídia para agências e anunciantes. A Aena, portanto, receberá os demais 50% da receita.
A sociedade tem como meta padronizar 90% do inventário em redes digitais, ampliar a adoção da programática, instalar sensores de audiência em tempo real e espaços exclusivos para ativações de marca, experiências imersivas e salas VIP conectadas. O foco está no digital, gestão de dados, interatividade e ações de live marketing sazonais, como o Natal, e regionais, como o São João em Campina Grande.
O primeiro projeto é uma mudança nos ativos do Aeroporto de Congonhas. Ao menos 30 ativos serão retirados do aeroporto. Essa mudança está alinhada com uma das exigências da Aena, que é tornar os ambientes menos poluídos visualmente.
“É um aeroporto que já vinha há anos com uma gestão inadequada, porque era fruto de várias concessões que trouxeram poluição visual para o terminal. Em dois a três meses, vamos implementar um novo mídia kit completo”, explica o CEO da Neooh, Leonardo Chebly. “Nosso negócio não é encher de telas, mas melhorar a qualidade da experiência”, complementa Saito.
O projeto para Congonhas também envolve pensar como será a distribuição dos ativos do novo terminal, previsto para entrar em operação em 2028. Onze dos 17 aeroportos da Aena passsarão por reformas nos próximos anos.
Conforme a Aena, haverá redistribuição inteligente dos ativos para melhor fluxo visual, maior atenção às peças veiculadas e elevação da percepção de valor da mídia por parte dos passageiros e anunciantes. Outro foco está em ampliar telas digitais de alta resolução, incluindo os painéis de informação de voos.
As empresas também produzirão conteúdo mais adequado aos diferentes momentos do passageiro. “Temos a oportunidade de repensar o meio como inventário. Antes, eram muitos painéis, mas o comportamento dos passageiros depende de onde está. Check-in, pré-raio X, sala de embarque, desembarque. Vamos explorar melhor a cobertura dos ambientes”, diz Saito.
Os painéis da Neooh em Congonhas e nos aeroportos de Aracaju (SE), Campina Grande (PB) e Juazeiro do Norte (CE) também serão readequados ao novo padrão.
Para o CEO, a Helloo visa agregar expertise em projetos especiais que realiza nos shoppings, sobretudo em datas sazonais, as quais quer trazer aos aeroportos, e inteligência de dados junto á base dos clientes dos shoppings da Allos. “Isso dá mais insights com anunciantes. Combinamos diferentes momentos para a criação das campanhas”, diz Saito.
Outro diferencial é a possibilidade de implementar projetos complementares que envolvam ativos nos aeroportos, shoppings e edifícios residenciais. A Helloo conta com 15 mil telas digitais em cinco mil condomínios residenciais e 113 shoppings.
Já a Neooh tem ampla presença em aeroportos, parques urbanos, terminais de passageiros e retail media. A empresa está presente em 50% dos ativos no Aeroporto de Congonhas e, exclusivamente, nos aeroportos de Aracaju (SE), Campina Grande (PB) e Juazeiro do Norte (CE).
A Neooh quer agregar sua experiência com o mercado aeroportuário, com os anunciantes, seu investimento no digital e em dados e sua expertise em campanhas interativas e gameficadas, que dialogam, inclusive, com outros aparelhos, como smartphones. A empresa tem 45 mil telas digitais distribuídas em mais de 700 municípios brasileiros.
As conversas entre Helloo e Neooh começaram quando a Aena disponibilizou seu edital. As empresas já vinham pensando em desenvolver trabalhos em conjunto, dada a compatibilidade de ativos, e quando foi publicada a concorrência da Aena, entenderam que seria um bom momento para entrar no projeto em conjunto. O edital da Aena permitia o consórcio.
As empresas identificaram sinergias, como especialidade na gestão de inventário em ambientes internos, projetos especiais e ampla aposta no digital. A possibilidade de unir as expertises diante de uma concorrência considerada desafiadora em valores, cobertura e regionalização fez sentido, diz Chebly, CEO da Neooh.
“O desafio era grande: dois lotes, 17 aeroportos no total. Tanto grandes, como Congonhas, quanto médios e pequenos. Ao fazer as análises dos lotes, para que fossemos competitivos e conseguíssemos performar e trabalhar com efetividade os 17 aeroportos, iniciamos a conversa”, detalha o executivo.
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