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V-Commerce: a nova estratégia para o varejo

A próxima tendência  do varejo eletrônico ainda é pouco falada no Brasil


10 de outubro de 2016 - 14h12

Por Paulo Leal*

Se me perguntarem qual será a tendência nos próximos anos para o varejo eletrônico, eu respondo que o grande destaque será o v-commerce. O assunto ainda não é explorado por aqui, mas a prática consiste em usar o conteúdo de vídeo para promover, ensinar e vender produtos e serviços na internet. Sustento essa afirmação mostrando o quanto é promissor o universo dos vídeos online, reconhecidos como uma das maiores plataformas para circulação de conteúdo na web.

O Brasil é o segundo país do mundo com o maior número de visualizações nessas plataformas, são mais de 11 bilhões de views mensais e 85 milhões de brasileiros que assistem a vídeos na internet, de acordo com pesquisa realizada pela Accenture e comScore. Esse avanço tem trazido muitos benefícios para empresas e marcas, principalmente as com e-commerce, que estão e devem continuar investindo nessa ferramenta para se aproximar de seus consumidores e vender mais.

Pense em uma grande rede varejista ou uma operadora de turismo com expressiva atuação no comércio eletrônico, quantas fotos e textos são usados para demonstrar seus produtos e atrair a atenção dos consumidores para a compra? Agora imagine uma geladeira, um tênis ou um pacote de viagem para um lugar paradisíaco, tendo seus argumentos e detalhes apresentados por meio de vídeos? A experiência de compra por meio do v-commerce será uma ferramenta poderosa de atração e impulsão nas vendas online. O resultado é muito mais eficiente e com forte apelo para atrair milhões de pessoas e, consequentemente, gerar mais vendas e a recorrência delas.

Vivemos na era da transformação do hábito da compra e instituições que não proporcionarem experiência de consumo aos clientes tendem a ter margens e relevâncias menores. As pessoas nunca tiveram tanto poder e tanto acesso à informação. E as decisões acontecem de forma rápida. O ambiente digital é promissor e facilita a comunicação por meio do v-commerce.

Os vídeos impactam e possuem altas taxas de conversão (pesquisa indicam percentual de 30%). Para se ter um ideia, os branded vídeos são lembrados em 60% dos casos, mais do que um simples banner call to action. Acredito que essa preferência seja por eles serem mais amigáveis para o consumidor assimilar a compreensão do produto ou serviço. Eles geram leads e ainda prendem a atenção do telespectador. Com um conteúdo relevante e um roteiro bem traçado as oportunidades são muitas para o varejo brasileiro. Vão desde a produção de vídeos personalizados para cada perfil de cliente até explicações sobre o manuseio do produto (ao invés de manuais infindáveis).

Sou entusiasta do v-commerce, mas em nenhum momento afirmo que ele irá substituir qualquer forma de comunicação de produto e serviço no varejo. O texto, e até mesmo fotos, servem como complementação das informações mostradas no filme. O texto ainda pode ser bastante útil no Search Engine Optimization (SEO), otimização para mecanismos de buscas, como também pode conter links que podem abrir uma página web com informações adicionais e mais burocráticas.

Outro ponto relevante são as novas receitas e novos negócios gerados pelos vídeos. Não mais somente a monetização publicitária com pre-rolls e branded vídeos, mas agora igualmente por parcerias de comércio eletrônico tendo o vídeo como ferramenta eficaz de venda. O v-commerce chegou para ficar e mudar a experiência de compra de milhões de brasileiros, que já assistem vídeos por hábito.  Esse admirável mundo novo no varejo e no comércio eletrônico irá revolucionar a relação entre pessoas, marcas e produtos.

*Paulo Leal é Diretor Geral da Zoomin.TV

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