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Afroempreendedorismo: “futuro começa hoje”

Maite Lourenço, fundadora e CEO da BlackRocks Startups, fala sobre como ajudar o empreendedorismo negro a construir negócios escaláveis


11 de novembro de 2021 - 15h36

O afroempreendedorismo movimenta cerca de R$ 1,73 trilhão por ano no Brasil. Apesar disso, a diferença de renda chega a 40% entre negros e brancos. Esses dados são fruto da pesquisa “Afroempreendedorismo Brasil”, desenvolvida pela RD Station, Inventivos e o Movimento Black Money, realizada entre 12 a 21 de maio deste ano. Segundo o levantamento, o acesso ao crédito, preconceito racial, monetização e as estratégias digitais estão entre os principais obstáculos para a manutenção e escala dos negócios.

Maite Lourenço é fundadora e CEO da BlackRocks Startups (Crédito: Arthur Nobre)

A BlackRocks Startups, de Maite Lourenço, tem justamente a missão de incentivar a presença de pessoas negras em ambientes de inovação no Brasil, promovendo acesso, escalabilidade e desenvolvimento, oportunizando os negócios a tudo que o ecossistema de startups pode oferecer a um empreendedor. “Essa estratégia gerou excelentes resultados”, afirma a CEO. Maite explica como se pode ajudar o empreendedorismo negro a construir negócios escaláveis.

Meio & Mensagem – Como fornecer futuro para que o empreendedorismo negro construa negócios escaláveis e crie tecnologia e inovação?
Maite Lourenço – Esse futuro começa hoje com a mudança no olhar sobre inovação, tirando-a desse lugar exclusivo de fruto da academia ou de alguém que possui certificações nas melhores instituições de ensino do país ou do exterior. Esse tipo de pensamento e atitude que desqualifica, invisibiliza e exclui criações periféricas, e, consequentemente, impacta negativamente a jornada da maioria dos empreendedores pretos.

M&M – De que forma a Blackrocks tem ajudado os empreendedores negros, com base na transformação digital das companhias?
Maite – Mesmo em plena recessão econômica e diante de novos hábitos de consumo, as startups que participaram da edição de novembro de 2020 do Grow, nosso programa de aceleração, apresentaram melhora de sua performance financeira, com um aumento de 89% dos clientes e 55% do faturamento. Além disso, 67% fizeram novas contratações, 89% de crescimento no número de clientes e 77% das empresas que pretendem captar investimento nos próximos seis meses. Vale destacar também a presença expressiva de empresas lideradas por mulheres no programa, abocanhando 28% delas. Missão cumprida.

M&M – As startups atreladas à inovação buscam criar soluções que melhorem a vida de marcas e consumidores, então, quais ferramentas podem ajudar nesse processo?
Maite – Customer centric. Empresas são feitas por pessoas e para pessoas. Então, a melhor ferramenta para criar soluções disruptivas é colocar o cliente no centro de tudo. Sem isso fica inviável mudar a forma de consumir, trabalhar, se locomover ou gerir uma empresa porque não estará no foco do negócio o usuário. E no final, é ele quem decide.

M&M – A disrupção está em enxergar para além do que já foi visto na era da transformação digital?
Maite – A disrupção está para além de criar algo inédito, muitas vezes ela pode ser a melhora de um processo ou até mesmo a humanização da estrutura de um negócio. E para criar um ambiente propício para ideias inovadoras, é preciso que tenhamos um ecossistema de startups plural, com pessoas de lugares, vivências e saberes diversos. E o governo, empresas e universidades têm um papel importante nesse processo: de aliados.

M&M – Acredita que nos próximos anos, o acesso da população negra ao ecossistema de inovação irá melhorar? Como?
Maite – Mais que projeções, acredito em ações. E sim, a comunidade negra tem se organizado para criar ambientes, gerar oportunidade e ocupar espaços para normalizar a presença de pessoas negras em espaços de poder, cargos de liderança e inovação. E esse processo inclui o acesso a educação de qualidade, suporte para desenvolvimento de negócios sustentáveis, fortalecimento econômico das redes empreendedoras e ações de fomento para iniciativas focadas na nova economia.

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