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Falta de informação é entrave para marcas no Snapchat

Catherine Boyle, analista-chefe da eMarketer, explica que as empresas ainda estão céticas quanto ao potencial da plataforma, mas nos EUA há cada vez mais adesão


7 de julho de 2016 - 15h38

Você tem lido e ouvido falar muito sobre Snapchat recentemente? Prepare-se que a atenção para o aplicativo será cada vez maior nos próximos meses. Ele vem sendo chamado de aplicativo dos millennials, a rede social definitiva para o mobile e outros apelidos. No mês passado, chegou a 150 milhões de usuários ativos e, a depender da análise de Catherine Boyle, analista-chefe da consultoria eMarketer, vai ultrapassar os 310 milhões de usuários que tem o Twitter até o fim do ano.

Cathy Boyle - Headshot

Catherine Boyle

Em entrevista ao ProXXIma, a especialista, que vem estudando a plataforma desde seu surgimento, em 2011, comenta as dificuldades que as marcas ainda encontram ao tentar encontrar métricas e definir o target da plataforma, mas deixa claro que o potencial do Snapchat é enorme e o ápice da ferramenta deve vir em 2020. “O Snapchat está causando uma certa excitação para as marcas e, apesar da desconfiança, as marcas estão aumentando seus investimentos na ferramenta”, diz Catherine.

ProXXIma – Por que o Snapchat é tão atrativo para os millennials?
Catherine Boyle – De fato, essa é a rede social dos millennials e isso acontece porque o Snapchat é uma plataforma atraente para contar histórias de forma mais íntima. A possibilidade que o aplicativo dá aos usuários de fazer intervenções, brincadeiras, mudar filtros, rostos, tudo isso traz um ecossistema muito divertido para esse público.

XXI – Quais os elementos que diferenciam o aplicativo de outras redes como Facebook e Twitter?
Catherine – O Facebook e o Twitter amadureceram significativamente nos últimos anos com a adoção de uma estratégia que incluía praticamente todas as faixas etárias tornando essas duas plataformas muito mais massivas. No caso do Snapchat, a audiência é predominantemente jovem. Diferentemente de suas concorrentes, o Snapchat possibilita uma conversa muito mais de um para poucos do que de um para muitos como já acontece nas grandes redes. E por fim, o Snapchat é muito mais uma plataforma de criação de conteúdo do que de interação.

XXI – Aqui no Brasil, as marcas ainda estão descobrindo como fazer ações na ferramenta, como está o desenvolvimento do Snapchat em termos de presença de marcas nos Estados Unidos?
Catherine – O Snapchat está causando uma certa excitação para as marcas. Eu tenho observado que nos Estados Unidos a adoção de estratégia de anúncio pago pelas marcas vem aumentando. É uma mudança muito rápida em comparação com oito meses atrás quando muitas marcas estavam absolutamente céticas sobre utilizar a ferramenta ou não. Hoje isso continua acontecendo, mas em menor escala. O grande desafio ainda é a falta de informação. Existe dúvida sobre o target, métricas. Mas as parcerias que o aplicativo vem construindo estão começando a ajudar neste sentido. Conversando com muitos anunciantes recentemente e eles disseram que querem gastar mais no Snapchat nos próximos meses.

XXI – Existe algum tempo estimado e a possibilidade de o Snapchat superar Facebook, Twitter e Instagram em número de usuários?
Catherine – Nossa estimativa é que o número de usuários do Snapchat nos Estados Unidos deva superar o de usuários do Twitter até o fim deste ano. Não prevemos uma base de usuários do Snapchat maior que a do Facebook nos próximos quatro anos.

XXI – O Facebook lançou recentemente um recurso de filtros de vídeo. Já é uma resposta ao seu concorrente?
Catherine – Não só o Facebook, todas as plataformas que concorrem direta ou indiretamente com o Snapchat estão de olho em como podem lidar com isso. Mas os consumidores parecem estar usando o Snapchat e o Facebook para fins muito diferentes.

XXI – Quando o Snapchat deve chegar ao ápice?
Catherine – Nossa previsão é que a plataforma cresça, em 2016, 27,2% e, em 2017, 13,6%. Em 2018, esperamos uma alta de 9,9% e 8,8% em 2019 chegando a 7,3% em 2020, ano que seria o ápice da plataforma. Vemos muito mais uma alta continua do que uma explosão.

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