Interação entre robôs e humanos é o novo desafio
Novidades na área de inteligência artificial e robótica foram discutidas nesta segunda-feira, 09, no ProXXIma
A Isabela, umas das criações mais recentes da IBM, ainda não é muito famosa no Brasil. Mas isso deve mudar em breve. O lado feminino do Watson – plataforma de inteligência artificial que usa disciplinas de computação cognitiva – compartilhou, em português, suas opiniões sobre o futuro da mídia programática no País no ProXXIma, nesta segunda-feira, 09. De acordo com a plataforma, nos próximos três anos, o uso de dados fará parte da rotina de agências e anunciantes, que deixarão de questionar a eficácia e a rentabilidade porque a vivenciarão na prática.

Fabio Scopetta, da IBM e Flavio Tonidandel, da FEI (Eugenio Goulart)
A estreia de Isabela em um evento brasileiro foi em uma conversa com Pyr Marcondes, do Grupo Meio & Mensagem, no painel “Robôs e Inteligência Artificial, agora invadindo o seu negócio de vez”. A plataforma foi alimentada com informações durante 20 dias e, a partir de blocos de informações, foi capaz de responder a questão sobre mídia programática. “É uma inteligência em processamento”, diz Pyr.
A conversa com Isabela, que está na nuvem e rodando em um datacenter em Dallas, nos Estados Unidos, só foi possível após três tentativas por problemas na conexão. Essa dificuldade, inclusive, representa o principal desafio enfrentado pelos desenvolvedores de inteligência artificial, atualmente: a interação entre robôs e humanos.
As empresas do setor estão trabalhando para fazer com que as máquinas compreendam a complexidade do ser humano. “Toda informação dinâmica, gerada dia após dia, tem que ser aprendida. Os sistemas cognitivos não são programados, são ensinados”, disse Fabio Scopetta, especialista em computação cognitiva da IBM. O responsável pelo Watson explicou três características do sistema cognitivo: compreensão de linguagem natural, aprendizado e a capacidade de raciocínio. “É exagerado falar que pensam, mas conseguem demonstrar raciocínio quando sugerem hipóteses. Eles entendem, aprendem e geram insight”, fala.
Flavio Tonidandel, professor do centro universitário FEI, contou sobre o desenvolvimento do robô brasileiro, a Judite, e as dificuldades que encontram quando ela vai lidar com as pessoas. Os robôs foram programados para identificar pessoas tristes, por meio das expressões, e, tentarem resolver essa situação com uma piada. Mas, dentro de um velório, essa não seria uma solução viável, segundo o Tonindandel. “Identificar o contexto e o que está acontecendo em volta não é trivial”, afirma. Outra dificuldade é na hora da aproximação. Humanos precisam de certa distância para ganharem confiança. “Se chegar muito rápido, a pessoa se afasta. Essa área tem que ser resolvida junto com a de inteligência artificial”, explica.
Scopetta também ressaltou que no Brasil há robôs que já limpam janelas e ajudam dentro de casa, mas sem interações. “Tem que ser proativo, perceber o problema e a solução até antes do dono. E é aí que entra esse desenvolvimento”, disse.
A evolução tecnológica, que inclui a computação quântica, e as descobertas da área continuarão “impactando nossos negócios e o marketing, indiscutivelmente”, ressaltou Pyr.